Lupas (1873)

Byung-hun Lee tenta, mas o filme é todo do "Diabo" do título, o magnífico ator Min-sik Choi! FILMAÇO de vingança mais sensível e dualista do que Oldboy, seu irmão coreano de proposta completamente diferente. Dois filmes que se completam!

As longas (às vezes, longas demais) conversas entre a filha revoltada e a mãe insegura são as sínteses do cinema do Bergman: Obsessão pelo passado, revolta pelo presente e sem perspectivas futuras. Belíssimas atuações!

Contém cenas bem e mal realizadas, mas a trama é enxuta, contextual e conduzida com o mesmo esmero de Kubrick usual. Muito bom, Kirk Douglas numa das atuações da carreira, perfeito em todos os momentos.

A cena em que Albert Nobbs corre na praia, livre, é EMOCIONANTE! Um filme realmente de performances, com roteiro propício a isso. Glenn Close e Janet McTeer, possivelmente nas atuações das suas carreiras, estão formidáveis.

Além de ser o filme com o protagonista mais fofo de todos, serve para ser meu grande guilty pleasure, me transportando para minhas tardes infantis, torcendo para esse cãozinho voltar para casa! Eu ainda choro no final...

A versão mais genérica de "Os bons companheiros", algo que não homenageia e não tem o mínimo de ousadia, apenas se dá o trabalho de requentar velhas fórmulas com exageros e digressões contextuais. Que pena!

Uma metáfora surrealista sobre o poder e os efeitos da literatura, com um leve frescor de originalidade, tão singelo que ganha o espectador no primeiro minuto. A cena cirúrgica da reconstituição do livro velho é GENIAL!

Esplendor onde já era possível notar algumas referências primárias de Chaplin. A cena em que Barba azul arrasta (literalmente) sua esposa pelas escadas até o chão é temporalmente icônica!

Méliès foi astuto consigo mesmo: Aproveitou o alongamento da história para testar suas habilidades como contador de histórias mais longas, e se mostrou eficiente.

A história da Cinderela mereceu ter uma versão pelas mãos de Méliès, devido a magia natural da história e que o mestre sabia moldar como ninguém, na época. Cinema para ser visto com o coração.

Merecidamente, o filme mais famoso de Rocha, o expoente máximo do termo "faroeste brasileiro". Talvez, junto com "Cidade de Deus", é um dos filmes mais importantes para a cinematografia brasileira, ao final do filme essa suposição se torna quase óbvia...

Rocha discutindo imparcialmente política brasileira com tanta facilidade, devido a junção narrativa e os bons personagens, e o resultado se tornando exemplar. A direção de atores continua como o melhor elemento de um filme do diretor, é sempre assim.