Lupas (322)
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Espécie de continuação/refilmagem/modernização torta do filme de 1975, que resgata - a sua maneira - o tom de sátira de seu predecessor. Temos de volta os carros com mais personalidade, o cinismo político e a manipulação midiática. Cercada por franca e escrachada violência que visa a curtição. Atualizando temas como a proposição da informação e interligação viciada do espectador ao espetáculo. Porém sem o mesmo frescor e charme ignorante do original. Mas tem sua farra como mote interessante.
Ted Rafael Araujo Nogueira | Em 20 de Setembro de 2023. -
Uma corrida por vários dias onde o objetivo é estraçalhar transeuntes pelo caminho. Que beleza. Transgressor e anárquico como um bom trash deve ser. Saído pela batuta do Roger Corman. Aposta na grosseria do entretenimento doentio para se vender, com os abusos e excrescências tipicamente humanos do lado de fora da diegese e aqui amplificados metaforicamente como farsa. O vício pela violência se agarra aos mitos de oportunidade. Somente o tesão pela putaria se justifica. Uma joia da ação estúpida.
Ted Rafael Araujo Nogueira | Em 16 de Setembro de 2023. -
Talvez aqui se tenha o conceito mais interessante de quaisquer filmes do Nolan feitos antes e depois até então. Há o explicacionismo que tanto se reclama dele - mesmo que em nível reduzido -, e um certo caos que propicia interesse, mesmo que as cenas de ação não apostem tanto na sandice do conceito quanto poderiam. O que faltou aqui foi mais caos, mais destroço, mais risco, mais inversão. Se fosse mais metido a complicado e incluísse a isso um caos sem sentido, seria, talvez, um filmão.
Ted Rafael Araujo Nogueira | Em 11 de Setembro de 2023. -
Imitação barata de Mad Max com toques de O Encurralado, aproveitando-se tanto do ozploitation australiano quanto da diversificação geográfica da Nova Zelândia para expor sua canalhice pós-apocalíptica divertida. Recorre a sujeira, ferrugem e um carsploitation bem concentrado no caminhão blindado do título e outros veículos como uma moto escrota e um fusquinha invocado. O roteiro é um fiapo e o ritmo cai várias vezes, mas a movimentação dos veículos e a canastrice de todo o resto funciona bem.
Ted Rafael Araujo Nogueira | Em 08 de Setembro de 2023. -
Aqui jaz uma ótima oportunidade de curtição canalha desperdiçada. Ganhou grana, mas não avacalhou na desgraça. Esquece os megatubarões com uma promessa de destroço absurdo adiante que teima em não acontecer. Segue o esquema do "faço que vou e não vou". Não vai. A autoparódia é só sem sal e quando finalmente quer apostar em alguma marmota mais desvairada, o tédio já devorou boa parte da coisa. Faltou pisar no acelerador da estupidez.
Ted Rafael Araujo Nogueira | Em 31 de Agosto de 2023. -
Cara passa fome, luta por trabalho e tem epifania de destroçamento, e é claro que o universo proposto tinha que ser absurdo. Abarca uma espécie de mendigoxploitation seboso e violentíssimo que usa de cores vivas, bregas e estouradas(em enquadramentos grosseiros) pra contar sua estória de exagero a homenagear fitas dos anos 70 e abre espaço pra comentário social insano usando desse abuso pra se vender. Daquelas gemas escrotas que jamais se perdem na sua espiral de estupidez desumana e primordial.
Ted Rafael Araujo Nogueira | Em 30 de Agosto de 2023. -
Da leva de terror bagaceiro, sujo e asqueroso dos anos 70. Pessimista até o talo com direito a um final absolutamente cínico, tanto visualmente imundo (e sinceramente emocional) quanto crítico no que tange aos limites da ciência e da pequenez de qualquer cidadão quando envolvido em experiências escusas. Excelente trabalho de maquiagem do lendário Rick Baker que cria uma atmosfera corporal de podridão e derretimento visual que conurbam perfeitamente com a psicopatia da figura. Filmão.
Ted Rafael Araujo Nogueira | Em 21 de Agosto de 2023. -
Aposta no absurdo talento de Cartaxo para compor a interessantíssima personagem marginal Pacarrete. O roteiro perambula ao redor dela sem conseguir propor algo a mais do que muletas artificiais para ela brilhar, algo que, com o tempo, passa a encher o saco por sua repetição. Nesse caso um crasso desperdício do talento de uma figura como João Miguel. A cena final vista com deleite (bem executada) e sensibilidade por alguns, só me pareceu uma mera covardia chorosa envernizada como um bálsamo.
Ted Rafael Araujo Nogueira | Em 19 de Agosto de 2023. -
Aposta espertamente no aprofundamento dos dramas dos personagen principais, tornando suas ações e reações mais impactantes no decorrer do filme, tratando adolescência de maneira inteligente sem apelar à chatice estupidez que é tão usual a quem se logra a tratar do assunto. A animação é estupenda. Uma deliciosa confusão de estilos e estratégias visuais que enchem os olhos. Usando esquemas de cores e traços para enaltecer sensações dos pesoangens, além de aloprar desenfreadamente na ação.
Ted Rafael Araujo Nogueira | Em 18 de Agosto de 2023. -
Hard Scifi-faroeste que sapeca referências a Alien (e mata ou morrer), mas com a intenção de usar o espaço por uma questão do que estava funcionando a época. Nada de original. Mas competente naquilo que propõe, seja ao mostrar visualmente bem aquele universo claustrofóbico com suas nuances e objetivos, ou então quando quer apontar uma crítica à exploração trabalhista por conta de grandes empresas (Alien). Connery defende bem seu personagem que lida com o crescente isolamento ao qual imposto é.
Ted Rafael Araujo Nogueira | Em 16 de Agosto de 2023. -
Segue exclusivamente da mesma cartilha da franquia. Artefato pra destruir/salvar o planeta; subvilão poderoso que acaba por papocar sem que se entenda como fora sobrepujado; forçação de barra para a enfiada de personagens humanos, etc. Além do GI-Joe/homem de ferro fuleiro ao final. Mas tem algumas boas cenas de ação, onde se entende bem a movimentação do todo e continua com efeitos caprichados. E os humanos, ao menos desta vez, não são tão imbecis. Mas segue ordinário.
Ted Rafael Araujo Nogueira | Em 16 de Agosto de 2023. -
Material de sensacional abuso que trabalha em cima de um conflito entre o fomento obediente do conforto versus o poder da liberdade. Embalsamado e explodido por um jogo brutal como escape social entre suas camadas de sangue e porrada. James Caan representa a iconoclastia social de um sistema que oprime pelo subconsciente de suas ações que aponta a inutilidade do individual como mote para o controle do coletivo. Nisso entra o nosso protagonista em conflito a responder no brutal jogo Rollerball.
Ted Rafael Araujo Nogueira | Em 13 de Agosto de 2023.