A Beleza do Cinema, com muito carinho!
O Oscar de 2012 será uma premiação atípica, diferente de vários anos onde filmes de diversos valores eram feitos, 2012 será um ano que irá premiar filmes que apesar de terem suas diferenças são iguais no que se referem a grandes homenagens. O Artista faz uma grande referência a Hollywood em seus tempos áureos, Sete Dias com Marilyn homenageia a deusa da estação de trem e por fim, A Invenção de Hugo Cabret alcança o ápice da perfeição, a criação da máquina chamada cinema!
E essa arte não podia ter escolhido melhor representante para homenageá-la, Martin Scorsese! Pra quem não mora nesse planeta e não sabe de onde vêm obras espantosas do cinema mundial, Táxi-Driver 1976 (Are you talking to me? Are you talking to me ? Não podia deixar passar né?!) e Touro Indomável - 1980 pertencem sim a ele, mas isso é só pra os desavisados,pois Martin Scorcese é obra sim de muitos estudos.
A Invenção de Hugo Cabret nos conta a história do pequeno Hugo ( Asa Butterfield de O Menino do Pijama Listrado - 2008) que bem cedo fica órfão, após a morte do pai (Jude Law), ele é levado pelo tio Claude ( Ray Winstone) para uma estação de trem em Paris e é ensinado pelo tio a cuidar dos relógios da estação. Tentando a sobrevivência, Hugo por muitas vezes furta certos objetos importantes para dar continuidade a obra que relizava junto ao seu pai, um Autômato, um robô feito de ferramentas de relógios. Em um de seus furtos, ele é pego por um tal de Georges Méliès ( Sir Ben Kingsley, vencedor do Oscar de melhor ator por Gandhi)
que acaba ficando com um livro de Hugo que parece ser a fórmula do robô voltar a funcionar. Na companhia da sobrinha de George Méliès (Chloë Grace Moretz, a sanguinária Hit-Girl de Kick-Ass), Hugo parte em busca do valioso livro sem saber o que lhe espera.
Praticamente todos os filmes de Martin Scorcese eram voltados totalmente para o público adulto, filmes com violência, políticos, sensuais por muitas vezes e acredito que para um bom diretor seja bem difícil a mudança de filmes peculiares, eu falei bons diretores, Martin Scorsese não se encaixa nesse nível de "Bom" e nessa guinada que o diretor dá ele é capaz de nos presentear com filmes como esse que nos emocionam e nos fazem agradecer ao Mágico(Literalmente) George Méliès que um dia teve um sonho e ousou realizá-lo.
A fotografia do filme é digna de uma crítica somente pra ela, é de encher os olhos, até por que teve que ser pensada pra ser feita em 3D. A cargo do Norte Americano Robert Richardson já conhecido da academia por filmes como JFK (1992) e O Aviador (2005) este último com Martin na direção, todo o filme nos remete á um mundo de cores e muita luz, o que deixou os espectadores com óculos nos rostos estupefatos.
A trilha sonora ficou na responsabilidade do competentíssimo Canadense Howard Shore da mágica trilogia Senhor dos Anéis e confesso, existem cenas que são melhores dentro da sala de um cinema, cada tom em seu lugar, cada agudo sincronizado em cada cena, fantástico!
O roteiro também não deixa a desejar no filme, tudo muito bem posto e bem esquematizado, já a edição não posso dizer o mesmo, um bom cinéfilo vai conseguir enxergar um ou dois erros de edição, nada que comprometa a obra num todo.
Sem querer ser chato e nem vou pôr esta crítica contendo spoilers, atentem bem para a cena em que Hugo, junto com sua amiga Isabelle, que depois de desistirem de ver o Autômato funcionando tomam um tremendo susto ao verem o robozinho movendo a mão, a cena com certeza é antológica. Interessantíssima também é a cena em que é passado o curtíssimo filme A Chegada do Trem na Estação (L'arrivée d'un Train à La Ciotat, 1896) dos irmão Lumiére, coincidência ou não, na época, os espectadores imaginavam que o trem iria atingi-los em suas cadeiras (será que foram os irmão Lumiére que inventaram o 3D?!).
Torço para que, assim com eu, ao assistir A Invenção de Hugo Cabret, muitos telespectadores terminem o filme se interessando e se apaixonando mais ainda por essa fantasia chamada cinema. Art Merci (A Arte Agradece)
“Se já se perguntou de onde vêm os seus sonhos... olhe ao seu redor. É aqui que eles são feitos.” George Méliès
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