Círculos quebrados...
Existem filmes que são especiais.
Eles te levam por um caminho, parecem que não vão a lugar algum ou te deixam confusos sobre qual caminho estão seguindo e quando você percebe, seus personagens já te seduziram de tal forma que parece que não somos mais expectadores de uma ficção, mas testemunhas oculares de uma história real, tamanha a sua sensibilidade e veracidade.
Didier (O ótimo Johan Heldenbergh), é um músico ateu que sonha com a América e se apaixona perdidamente pela linda e enigmática tatuadora Elise (Veerle Baetens).
Apesar da gritante diferença entre os dois, eles se apaixonam perdidamente.
Mesmo com suas suas diferenças, o relacionamento dá certo e Elise engravida.
Apesar da reação contrária de Didier, a princípio por não querer se tornar responsável pela vida de uma nova pessoa, ele logo se apaixonada pela ideia e nasce a linda Maybelle que dá um novo sentido as suas vidas.
Como nem tudo é perfeito, aos 6 anos Maybelle adoece, fazendo o mundo a volta do casal ruir.
Enquanto o pai ateu acha que a morte é o fim da vida, a mãe se apega a toda e qualquer fé, seja nessa vida ou em outra.
Em meio a luta pela vida da filha, o casal começa a contestar a mundo, a vida e principalmente o seu amor.
Mesclando idas e vindas no tempo dentro de um estilo que não permite ser rotulado "Alabama Monroe" nos conquista com seus personagens fortes, uma ótima trilha sonora e a boa direção de Felix Van Groeningen.
Destaque para a ótima atuação de Johan Heldenbergh ( O discurso do personagem no final sobre Deus e a vida é de arrancar lágrimas) e a grande força da dupla de protagonistas, além da ótima montagem.
Causa uma certa estranheza o estilo do seu protagonista contrastando totalmente com o país de origem do filme, mas esse detalhe é amenizado pelos sonhos do próprio personagem.
Apesar de todo o seu drama , o filme nos deixa com uma sensação de que apesar de toda sua tristeza, consegue ser belo e singelo, deixando marcado em nossa memória todos os belos momentos de sua jornada , mesmo caminhando para um fatídico final, num grande triunfo do cinema belga.
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