O cinema de Sofia Coppola e a beleza do clássico Encontros e Desencontros
Encontros e Desencontros traz Sofia Coppola em sua melhor forma, o que quer dizer muito. Assim, este romance consegue extrair reflexões sobre o cotidiano com graciosidade e profundidade superlativas. Tudo isso com base na ótica da artista de quem cresceu em um cenário de astros e estrelas em Hollywood. Porém, sem perder de vista o que este universo carrega que é comum a qualquer outro contexto que envolve pessoas. O filme mostra a grandiosidade de emoções que compõem cada momento da experiência humana. Mas aqui, isso ocorre de maneira sutil e até corriqueira. Dessa forma, acompanhamos o casal de protagonistas e nos envolvemos visceralmente por aquelas pessoas. Isso porque, em meio aos cenários glamourosos, o que vemos são recortes de dramas atemporais e universais, que lidamos de uma maneira ou outra conforme características como idade ou personalidade. Então, há uma grandeza na simplicidade. Não é à toa que este longa-metragem tornou Sofia a terceira mulher a concorrer ao Oscar de Melhor Direção. Além disso, ela faturou o prêmio na categoria de roteiro original.
A parceria entre Sofia Coppola e o ator Bill Murray garante uma interpretação primorosa que atua não apenas como a âncora da narrativa, como transforma o filme em uma experiência absolutamente memorável. Isso porque ele confere um humor cínico ao protagonista, ao mesmo tempo em que passeia por nuances densas ocultas por uma embalagem simples. E por falar no aspecto cômico do filme, é maravilhoso perceber como Sofia Coppola trabalha o choque cultural sem preconceitos ou afetações. Assim como o drama, a comédia aqui vem da constatação das diferenças humanas. Também, a obra surpreende ao trazer uma das melhores comediantes do gênero besteirol das últimas gerações, Anna Faris (Todo Mundo em Pânico), em um papel irônico e divertido.
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário