Malévola: Dona do Mal, uma continuação superficial e desconjuntada
Em 2014, a Disney acertou em cheio com o filme em live-action “Malévola”. Isso porque a obra estrelada por Angelina Jolie no papel da vilã de “A Bela Adormecida” surpreendeu pela sensibilidade com que quebrava diversos paradigmas presentes em projetos do estúdio. Ao mesmo tempo, o filme encantava e instigava à reflexão por meio da densidade dos personagens. Então, em 2019, chegou às telonas a sequência.
“Malévola – Dona do Mal” tenta, mesmo que em menor intensidade, trazer algumas das qualidades que tornaram o filme anterior em um jovem clássico. Dessa forma, o que ele apresenta de mais interessante são as metáforas que nos fazem pensar sobre a realidade do mundo repleto de conflitos. Então, assistindo à obra, pode-se perceber como a paz e a coexistência em um nível mais global começam no interior de cada sujeito. Além disso, há crítica à estratégia utilizada para “demonizar” um indivíduo ou grupo em uma narrativa a fim de manipular povos para interesses mesquinhos.
Porém, ao mesmo tempo, o filme de 2019 revela-se superficial e desconjuntado. Por exemplo, é triste ver que o elenco de alto nível não é bem explorado como deveria. Então, com um alto número de coadjuvantes, “Malévola – Dona do Mal” jamais consegue alcançar a profundidade do original de 2014. O que é perceptível pelo próprio enredo e, principalmente, pelo desenvolvimento dos personagens. Este problema é mais evidente com relação à personagem de Michelle Pfeiffer, que apesar de todo o talento da atriz, é vítima de uma falha do roteiro, que deixa as reais intenções da rainha claras cedo demais. Assim, ao privilegiar a ação em detrimento da narrativa intrincada e complexa, a continuação decepciona..
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário