Malévola subverte vários paradigmas dos contos de fadas da Disney com genialidade. Desse modo, reverte a imagem da bruxa gratuitamente má de A Bela Adormecida. Aliás, o trunfo da Disney neste filme foi contar a história de uma fada bondosa que, de repente, entrega o coração à mágoa e à raiva. Este é um acerto porque ao explicar os motivos, o que se vê na tela dialoga com a vivência de muitas mulheres. Assim, de um momento para o outro, sente-se afeição por uma figura aterrorizante. E testemunha-se Angelina Jolie a percorrer com sabedoria e atenção todo esse arco dramático repleto de nuances. Aliás, ela está bem acompanhada pela adorável Elle Fanning como Aurora e Sharito Coplety, em um desempenho vilanesco intenso.
Aliás, a complexidade do filme se aprofunda ainda mais pela sensação de estar revendo um lugar muito conhecido. Afinal, a construção deste universo mágico por meio de uma competente direção de arte e trabalhos impressionantes de figurino e maquiagem, contribui para o envolvimento do espectador. Neste sentido, a bela trilha sonora assinada por James Newton Howard também é fundamental. Além de todas essas qualidades, o diretor Robert Stromberg acerta no ritmo e na emotividade sem deixar que a trama se exceda nas cenas de luta. Já a mensagem feminista, em um universo por tanto tempo dominado por estereótipos e crenças machistas, é a cereja do bolo desta obra-prima.
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário