Introdução
Com um elenco recheado de bons e renomados atores, como Clint Eastwood, Laurence Fishburne, Bradley Cooper, Andy Garcia e Michael Peña, a Mula utiliza a história do idoso de 90 anos, Leo Sharp, que transportava drogas para o cartel de Sinaloa e foi preso em 2013, como inspiração. Esse idoso é interpretado por Clint Eastwood, que também dirige o filme. Seu personagem, Earl Stone, é um veterano de guerra que dedica a maior parte de seu tempo à floricultura, acumulando prêmios e participações em eventos da área.
História
Pode-se dizer que neste meio e entre os amigos, Earl é uma pessoa muito bem quista, mas fora dele, especialmente no meio familiar, ele é um fracasso. Seu relacionamento com a ex-mulher e com a filha é muito falho e quase inexistente, a ponto de o mesmo sequer comparecer ao casamento desta última. Claramente, sua prioridade sempre foi o trabalho e a família nunca foi muito sua preocupação.
Após sofrer uma ordem de despejo e ter que se desfazer da atividade de floricultura, que estava indo mal das pernas por conta da concorrência “online”, Earl recebe ao acaso um convite para trabalhar transportando uma carga. Em sua primeira experiência na nova atividade, Stone percebe que esta é uma interessante forma de ganhar um bom dinheiro fazendo o que gosta, dirigir quilômetros sozinho, e utilizar este dinheiro para se manter próximo da neta, a única pessoa da família com quem mantém um bom relacionamento. Mesmo após perceber que a carga se tratava de droga, e seu chefe um narcotraficante, ele assume o novo papel e adapta-se facilmente à nova rotina e aos “colegas de trabalho”.
Tata, apelido que ganha dos colegas do tráfico, vai ganhando o respeito do cartel e esbanjando jogo de cintura para lidar até com policiais desconfiados pelo caminho. O jogo de cintura não se limita ao trabalho. Apesar da avançada idade, o que não falta em Earl é vitalidade, em vários momentos ele surge dançando com mulheres, e até indo para cama com algumas garotas de programa. A história se desenrola com Earl avançando em sua rotina de trabalho enquanto, paralelamente, a polícia tenta chegar até o cartel.
Quando sua ex-esposa adoece gravemente, Tata se vê com uma decisão muito difícil de tomar. Continuar seu trabalho e entregar a carga no tempo determinado, ou largar tudo e ir visitar a enferma? Assim, pela primeira vez em sua vida, ele resolve priorizar a família, mesmo sabendo que essa decisão poderia lhe custar a vida. Nesse momento, sua filha resolve dar uma nova chance ao pai e busca se reaproximar. Earl demonstra estar finalmente consciente de todo o descaso que teve com sua família e arrependido de suas atitudes.
Ao voltar ao trabalho após o falecimento da ex-mulher, ele é ameaçado de morte pelos membros do cartel, devido ao seu atraso na missão. Neste momento, inclusive, a polícia consegue interceptar uma ligação que trata dessa ameaça, e a partir daí entra no encalço da “mula”. Algum tempo depois, conseguem encontra-lo na estrada e prendê-lo. No julgamento, Earl se declara culpado, recebendo uma pena de alguns anos de cadeia.
Conclusão
Embora a história que sirva de inspiração ao roteiro possibilite uma excelente narrativa, não é isso que se vê em A mula. O enredo é muito simples e explora mal a maioria das situações. Desde o convite que Earl recebe para o novo trabalho, até as “batidas policiais”, muitas pontas ficam soltas e sem uma construção lógica e adequada, como se surgissem ao acaso. O lado positivo fica com a importante mensagem de se valorizar e aproveitar a família, acima de tudo, inclusive do trabalho. Além disso, o filme conta com um elenco excelente, embora subaproveitado.
Também não se pode deixar de dizer que ver Clint Eastwood dirigindo e atuando aos seus 88 anos e em alto nível, é revigorante. Para quem admira seu trabalho e acompanha suas últimas atuações, A mula tem boas semelhanças com um de seus último filmes, Gran Torino, mas fica alguns degraus abaixo. Por fim, desde que a expectativa não seja elevada, é possível encarar The Mule como um bom passatempo de domingo e com uma bonita mensagem a ser transmitida.
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário