Às vezes se faz necessário mudar sua forma de agir para conseguir algo que se almeja a bastante tempo pois as velhas praticas não conseguem chegar ao alvo. Este é uma das primícias de um das cinco produções indicadas ao Oscar de melhor filme Estrangeiro que desbancou boas Obras como Piéta e Os Intocáveis.
A história do filme se passa em 1988 quando, o publicitário René Saavedra retorna ao Chile depois de viver no exílio e vai trabalhar pelo "não" na campanha publicitária realizada para o plebiscito que colocou fim à ditadura de Pinochet. Com poucos recursos e permanente vigilância, Saavedra e sua equipe criam um audacioso plano para vencer a votação.
O filme para ser bom precisa-se de boas interpretações e neste quesito o filme “No” consegue se sair muito bem com boas atuações que exprimem a tensão vivida por pessoas na campanha do Não contra o regime de Augusto Pinochet com seus medos, a suas lutas e principalmente a esperança de um Chile livre. Os destaques são Alfredo Castro que faz Lucho Guzmán, Luís Gnecco que interpreta Urrutia, Antonia Zegers que faz o papel de Verônica e principalmente Gael Garcia Bernau que se transforma em total plenitude, maestria e talento em René Saavedra um publicitário que revolucionou a comunicação socialista de Chile.
A Fotografia é outro ponto bem explorado pelo diretor Pablo Larraín que em seu caráter estético prefere optar por usar uma imagem suja, muitas vezes com a câmera na mão e a luz estourando a todo instante incomodando a todo momento o publico, sobre olhar da câmera U-matic da década de 80, sendo que a ideia era fazer um filme com as mesmas aos moldes de outras produções chilenas que tinham na época, bem parecido com filme favorito ao Oscar de melhor filme Argo.
O roteiro muito bem produzido consegue manter um bom ritmo e quase não sentimos as quase duas horas da película. Com imagens reais da campanha, vemos como René Saavedra conseguiu vender para o cliente (os socialistas) e depois para o público (o povo chileno) uma nova forma politica que transmitia alegria e esperança ao contrário de um Chile apreensivo e triste do qual os conservadores estava disposto a mostrar, mas tem um ponto que o filme consegue muito bem mostrar é o paradoxo que representa um publicitário considerado por muitos um fiel escudeiro do capitalismo e do consumo, coisa que partidos socialistas contrariam. Ao decorrer do filme notamos a evolução dos personagens, bem como crescimento de patriotismo que surge do público através do filme mesmo não sendo chileno.
Um filme que todo publicitário, comunicador e mercadólogo deveria assistir, pois notamos o quanto é forte uma mudança de posicionamento para o beneficio almejado. Histórico, de grandes lições e de Bastante qualidade cinematográfica. Observando o interesse do publico de fora por filmes da América latina vide outros filmes indicados ao Oscar como O Segredo dos Seus Olhos da Argentina e Cidade de Deus.
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