Casablanca foi filmado e lançado durante a Segunda Guerra e, se situa exatamente nessa guerra, na cidade de Casablanca, no Marrocos Francês, região que, ao contrário da Metrópole, não fora invadida pelos Nazistas. Por isso (e, por localização estratégica), ela é ponto fundamental para quem quer escapar da sangrenta Europa e chegar a livre América. Essa é a premissa básica, mas logo somos apresentados ao clima da cidade: movimentada, onde muitos tem sonhos e a grande maioria destes se revelam utópicos. Depois conhecemos o lugar mais popular da cidade, um bar onde de destinos se cruzam, a diversidade cultural dos frequentadores é enorme e recheado por coadjuvantes carismáticos: Rick's American Bar. Rick Blaine (Humphrey Bogart) é o nome do seu dono, um americano altamente cínico, sarcástico, irônico e, porque não?, canastrão (mesmo assim, um dos personagens mais adoráveis da história do cinema). Depois somos apresentados aos "sonhadores da liberdade" recém-chegados a cidade: Victor Lazlo (Paul Henreid), maior ícone da resistência européia aos nazistas e sua esposa Ilsa Lund (Ingrid Bergman). O casal procura uma chance de escapar da América (praticamente impossível, porque Lazlo é vigiado frequentemente). O complicado é que talvez essa saída só esteja no bar do Rick. E Ilsa é o antigo amor de Rick em seus tempos parisienses). E, depois desses acontecimentos, todos devem tomar decisões importantes, lutando ou seguindo seus corações.
Parece simples, mas ainda é pouco. Para antagonizar temos o ambíguo e cínico Capitão Renault (Claude Rains), da pólicia local, e o Major Strasser (Conrad Veidt) do 3º Reich. Isso sem contar os vários coadjuvantes do filme que, como já disse, são altamente carismáticos (de verdade. Pensei em citar um ou outro, mas seria injustoi porque todos te cativam de alguma maneira ou de outra). As músicas do filme são excelentes, praticamente todas tocadas por Sam (Dooley Wilson), painista do bar e amigo de Rick e Ilsa. Destaque, obviamente, para "As Time Goes By", música que, após o filme, se tornou ícone cultural e parte do imaginário coletivo.
O roteiro é excelente e o filme é recheado de cenas marcantes. Um destaque é quando o hino da França, "A Marselhesa" é tocado. Até hoje, mesmo vendo essa cena dezenas de vezes, ela me emociona. Os diálogos são incríveis! As falas sarcásticas e irônicas do Capitão Renault e, principalmente, de Rick são fantásticas. Isso sem contar o número enorme de frases marcantes que entraram para a história do cinema e/ou foram homenageadas a exaustão, como: "Play it, Sam. Play 'As Time Goes By.'"; "Here's looking at you, kid."; "Of all the gin joints, in all the towns, in all the world, she walks into mine."; "Kiss me. Kiss me as if it were the last time."; "Round up the usual suspects."; "I think this is the beginning of a beautiful friendship"; "We'll always have Paris".
O filme não é cansativo, seus 102 minutos passam de uma maneira deliciosa e cada detalhe e frase tem seu impacto, tanto é que as cenas permanecem na sua mente por dias e dias. Confesso que a primeira vez que assisti eu dei uma nota 8,5 para o filme, mas ele retornava tanto a minha mente que pensei "acho que gosto mais do filme do que eu creio que goste". Revisitei Casablanca e adorei. Cada vez que assisto me apaixono mais. Creio que o filme é atemporal, toda sua temática é atual e, digo mais, considero um filme de apelo eterno e universal.
Claro, o filme não é perfeito (dou nota 9.8), mas recomendo que todo mundo assista. Caso não goste tanto quanto eu gosto, com certeza achara que é "pelo menos" um bom filme. Eu já não consigo resistir e sempre imagino aquela doce voz da Ilsa dizendo "Play it again, Sam"
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário