“O despertar da força, com toda a força”
A primeira vez que ouvi falar em J.J. Abrams foi quando assisti o empolgante “Star Trek” no cinema, em 2009. A habilidade do diretor para criar cenas de ação com belos efeitos de lens-flare me chamou muito a atenção. Saí do cinema com a seguinte impressão: “se esse cara tivesse feito a trilogia nova de Star Wars, teria sido outra coisa”. E eis que a Disney compra a Lucasfilm em 2013 e anuncia Abrams para dirigir um novo filme de Star Wars. “Vai ser o melhor da franquia”, pensei.
Se é verdade que o filme é recheado de referências e homenagens à trilogia clássica do seu início ao seu fim (o que foi suficiente para que alguns vociferassem que o filme “é uma cópia do episódio IV”), é igualmente verdade que a parte audio-visual do filme e a dinâmica das cenas de ação são infinitamente superiores às de qualquer filme anterior da saga. Além disso, ele tem uma história nova, empolgante, e cujo principal objetivo é introduzir a nova realidade 30 anos após os eventos de “O retorno de Jedi”. Em outras palavras, apresentar a Resistência e a Primeira Ordem ao público cativo e ao público novato da série. O filme, a meu ver, não apenas alcança tal objetivo com êxito, como também cerca a história de mistérios. Os principais giram em torno da personagem principal, Rey: quem são seus pais? Por que ela foi separada dos pais quando pequena? Qual a ligação dela com Luke Skywalker, o último Jedi vivo? Como ela possui habilidades de um Jedi mesmo aparentemente não tendo sido treinada? Como Maz Kanata adquiriu o sabre de Luke, que iria ser achado por Rey? Os outros mistérios giram em torno da ascensão da Primeira Ordem e dos cavaleiros de Ren. Como o líder Snoke tomou o controle do que restou do Império? Quem são os cavaleiros de Ren? Quem é a capitã Phasma? Como Kylo Ren se tornou o líder desses cavaleiros? Há ainda mistérios que cercam o planeta Jakku: que planeta é esse? por que ele é idêntico a Tatooine? Tais perguntas serão respondidas nos próximos filmes da Saga.
A homenagem e respeito pela trilogia antiga vai da aparição dos famosos personagens da série clássica (Han Solo, Leia, Chewbacca, C-3PO, R2-D2) bem como da Millenium Falcon, até atos que lembram em muito a trilogia clássica (em especial o episódio IV), como o quase enforcamento que Kylo Ren fez em um de seus comandados e o momento em que Rey e Finn se escondem embaixo do piso da Millenium Falcon.
No campo das atuações, Daisy Ridley brilha na pele de Rey, e com um filme, torna a personagem uma das melhores da história da franquia. Oscar Isaac, na pele de Poe Dameron, também se destaca. John Boyega (Finn) e Adam Driver (Kylo Ren) também não fazem feio. Harrison Ford repete a façanha de Indiana Jones 4 e interpreta Han Solo com as mesmas características que o personagem tinha na série clássica (em especial a malandragem). Carrie Fisher (na pele de Leia), um pouco mais apagada que os demais personagens, cumpre de forma razoável o seu papel.
Empolgante, moderno, eletrizante e misterioso, “Star Wars – The Force Awakens” corresponde a todas as expectativas criadas em torno dele. Mesmo aqueles que subestimam o filme por sua suposta (a meu ver, contestável) semelhança com o episódio 4 não tem como não admitir que J.J. Abrams nos entrega uma bela aventura. O episódio 7 é um autêntico re-início de uma série que tanto encantou gerações e gerações de cinéfilos ao redor do mundo.
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