Um filme muito além de questões jurídicas, nele há drama, humor e emoção.
David Dobkin, faz uma direção de 2h21min, utilizando um tema bastante recorrente em Hollywood (tribunal e drama familiar), o filme em si não apresenta nada de inovador, mas é extremamente delicado e cativante, fazendo com que o espectador se emocione com a história, e não sinta a trama arrastada com as quase duas horas e meia de filme.
O filme começa mostrando a história de um advogado bem sucedido de Chicago
Hank Palmer (Robert Downey Jr), que saiu cedo da pacata cidade Carlinville em Indiana, para se tornar um dos maiores e mais bem sucedido advogado de Chicago, com muito dinheiro, morando em uma bela mansão com possantes de respeito na garagem, Hank parece ter uma vida de popstar, mas após fuçar o celular(Facebook) de sua parceira, descobre que sua bela esposa está tendo relações extra conjugal com um antigo colega, Hank pede o divórcio e a esposa tenta justificar dizem que ele é um marido e pai ausente.
Hank vive um drama profissional também, por ser considerado um advogado sem escrúpulos que defende qualquer causa a troco de muito dinheiro, isso começa a criar uma certa reflexão se realmente é necessário partir desse princípio.
Um certo dia Hank está em meio a uma importante audiência, quando recebe uma mensagem de voz(celular), avisando que sua mãe faleceu, Hank abandona o júri e pega um voo rumo a Indiana.
Depois de muitos anos ele retorna a cidade que deixou para trás, longe dos pais e de seus irmãos.
Ao chegar no velório, Hank encontra o irmão mais novo, o autista Dale Palmer (Jeremy Strong – bela atuação), Dale surge com uma câmera filmando o Hank e a mãe no caixão,
Jeremy Strong faz uma atuação muito bonita, dando um ar de inocência incrível para seu personagem.
Depois de um tempo chega seu irmão mais velho Glen Palmer (Vincent D'Onofrio), Glen tem uma certa mágoa com Hank e fica meio dividido com a chegada do irmão, ao mesmo tempo que se sente feliz por revê-lo, se sente incomodado pela presença de Hank trazer lembranças não muito boas do passado.
Depois do reencontro com os irmãos, Hank tem agora um grande desafio, reencontrar seu pai na qual a relação não é nada boa a ponto de Hank dizer para sua filha que o pai dele já morreu a muito tempo para ele (sentimento).
Joseph Palmer (Robert Duvall), é o viúvo em questão, patriarca dos Palmer’s Juiz com estereótipo de homem honesto e simples interiozão.
A relação com filho do meio (Hank), não é boa, Joseph e Hank não se suportam a ponto do pai agradecer friamente a presença do filho no velório, mas pedi para ele voltar logo para sua vida de rico em Chicago e deixa-lo em paz, antes disso Joseph humilhou Hank ao comentar boatos de infidelidade por parte da nora.
Hank, fica enfurecido e resolve pegar um voo rumo a Chicago, dentro da aeronave, Hank recebe uma ligação de Glen, pedindo para ele não viajar, pois seu pai está sendo acusado de assassinato, após ter dirigido embriagado e atropelado um criminoso famoso da cidade.
Hank retorna e decide defender o pai, porém Joseph prefere os serviços de um advogado local, por achar o filho um advogado sem escrúpulos e se utilizar de artimanhas jurídicas.
A tensão de pai e filho só vai aumentando, principalmente por parte do pai que além de precisar do filho juridicamente, começa a depender dele como companheiro ajudador.
Joseph em um certo momento, releva a Hank que está com câncer muito avançado no reto, e que em breve irá partir também, assim como sua esposa.
Em uma cena emocionante, Hank se depara com pai se arrastando no banheiro bem debilitado e todo sujo devido ao quadro cancerígeno, nesse momento pai e filho deixam suas diferenças de lado e protagonizam a melhor cena do filme.
Outro drama retratado é entre a relação de Glen e Hank, em alguns flash fica que tratado que Hank provocou um terrível acidente quando era adolescente, e estava dirigindo embriagado, o carro capotou e provocou acidente nas mãos de Glen.Glen era um talentoso jogador de beisebol, recordista de prêmios e troféus, certamente seria um profissional bem sucedido se não fosse o acidente provocado por Hank.
Glen, tem uma vida bem mais modesta que o irmão, longe de glamour e riquezas, e uma cena emocionante, Glen diz a Hank que nunca pediu nenhum favor ao irmão, mas se ele tivesse que fazer alguma, que fosse ajudar a cuidar do irmão autista Dale.
O filme também conta com a participação de Vera Farmiga(Samantha Powell), ex namorada de Hank no colégio, os dois se reencontram, após muitos anos revivem a paixão de adolescente em belas cenas de humor e romance.
No geral gostei muito do filme, tem certas semelhanças com Rain Man de Barry Levinson.
Mesmo sendo previsível e sem inovações,o filme de Dobkin se destaca com afinado quarteto de atores, em especial Robert Duvall que faz uma atuação impressionante, se J.K. Simmons (Whiplash) não tivesse sido tão brilhante o Oscar certamente seria de Duvall.
A cena final de pai e filho pescando é simplesmente linda e emocionante, vale a pena assistir. Mais do que um filme, é uma lição de vida que nos ensina que a família nunca deve ficar em segundo plano.
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