Em 1995, John Lasseter, Steve Jobs e toda a equipe da Pixar em parceria com a Disney, eis que eles nos entregam uma obra-prima da animação: Toy Story, o primeiro longa-metragem totalmente feito em computação gráfica. Uma revolução no cinema, no mundo das animações onde vários depois e ainda bebem de sua fonte. Conquistado seu público, John (Vida de Inseto – 1998; Carros – 2006) no ano de 1999 nos deixa o segundo filme da série de brinquedos mais carismáticos e queridos do cinema: Toy Story 2. Uma continuação mais movimentada, vibrante e madura que o original. E agora, 15 anos após o primeiro e 11 anos depois que o segundo, mas dessa vez pelas mãos de Lee Unkrich (Monstros S.A. – 2001; Procurando Nemo – 2003) mantendo toda excelência da Pixar com a magia, o carisma, a qualidade técnica do primeiro e agora mais apurada, com a movimentação, as cores, a aventura do segundo filme, somados: Toy Story 3.
A história como as demais é simples, porém funciona perfeitamente com todo o cuidado e magia do roteiro. Andy cresceu, está indo para a faculdade e deve fazer uma faxina geral no seu quarto. O que vai levar para a faculdade, o que vai jogar no lixo e o que vai para o sótão. Enquanto sua irmã separa alguns brinquedos para serem doados. Woody e sua turma estão preocupados com qual será seus destinos. Quando um acidente acontece, os brinquedos em vez de serem levados ao sótão são doados para uma creche. Então, mais uma aventura de Woody, Buzz e todos começam nesse novo lugar.
Nesse terceiro episodio está presente toda simplicidade e grandiosidade da série. Será impossível mais uma vez você não mergulhar na sua infância e sentir aquela lágrima escorrendo por sua face, torcendo pelos brinquedos, torcendo por você mesmo. Principalmente nas cenas finais de ação, muito bem montadas e colocadas pelo diretor, onde você não irá desgrudar da poltrona, ansioso e sem dúvidas se emocionará, principalmente, também, com o olhar de Andy encerrando toda sua infância.
Tema como a amizade é novamente debatido com profundidade e dessa vez com uma pitada certa e precisa de realidade. Estamos vendo Andy amadurecer, apesar de triste, ele cresceu. E os brinquedos que são uma família percebem isso e vão construindo durante o filme a aceitação de tal fato que é inevitável.
A cena mais emocionante, para mim, foi, com toda certeza, a primeira. É interessante como é mostrado de uma forma simples e empolgante a forma que a mente de uma criança funciona. Todos os elementos dentro da perseguição, o trem, a nave, os equipamentos do Buzz, todo o cenário, os diálogos, a movimentação dos bonecos e tudo mais na imaginação da criança. Logo em seguida a câmera mostra a realidade, Andy brincando no seu quarto com toda sua ingenuidade e criatividade. É lindo!
Quanto a parte técnica do filme, é visualmente perfeito como todos da Pixar: Procurando Nemo (2003), Os incríveis (2004), Wall-e (2008), UP (2009) e tantos outros. A trilha-sonora novamente é agradável, bem encaixada e empolgante. O roteiro tem todo o cuidado de uma história simples, porém que não caí em clichês. As cenas de ação são ótimas, bem montadas. Conseguem prender a todos com tensão na medida certa. É uma obra feita para crianças e adultos.
Os personagens são cativantes ainda e os novos trazem todo o humor, charme e mistério para completar a aventura. Como não rir com o metrossexual Ken? Ou sentir pena do rancoroso ursinho rosa Lotso que cheira morangos?
Toy Story 3 nesse ano de clichês e filmes vazios é, talvez, o melhor filme do ano. Por enquanto é. Toy Story aderiu a moda do 3D, mas manteve qualidade em seu conteúdo, diferente de muitos outros filmes que foram lançados e que ainda serão lançados esse ano. Um filme com todo o peso da Pixar, uma obra-prima tão gostosa de assistir e se divertir, chorar... Enfim, de viver ela. Voltar a sua velha infância.
Ricardo da Silva Franco
11/07/2010
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário