O cinema sempre foi mestre em emocionar e arrancar lágrimas das pessoas. É verdade que muitos desses filmes que fazem chorar partem para um viés apelativo, que tem como único objetivo emocionar e se privam de emitir uma mensagem ao espectador, sendo assim, produto única e exclusivamente de entretenimento para as grandes massas. Caminhando contra a corrente, vemos obras que abordam temas simplistas e que ao mesmo tempo conseguem transmitir uma bela mensagem, como é o caso de "A Casa de Pequenos Cubinhos".
Estamos falando aqui do premiado curta-metragem do japonês Kunio Katô, que alcançou popularidade máxima ao vencer o Oscar de melhor curta em 2009. Na época, Katô disputou com obras de respeito, como o badalado "Presto" – da norte-americana Pixar. Para os desavisados, o divertido "Presto" foi exibido no Brasil junto com o também premiado "Wall-E". Após vencer o disputado concurso, "A Casa de Pequenos Cubinhos" se popularizou na internet, principalmente entre blogs especializados e no site de vídeos youtube.
"La Maison en Petits Cubes", eleito o nome internacional do curta, em francês, conta a história – sem diálogos – de um senhor com idade já avançada que mora em uma cidade à beira-mar. Com o passar do tempo, o nível da água vai subindo, e, desta maneira, o idoso tem que erguer ainda mais sua casa, que é levantada tijolo por tijolo. Certo dia, ao fazer a mudança dos móveis para a parte já construída, seu cachimbo favorito escapa da boca e vai parar no fundo da água. A partir daí, decidido a resgatar o cachimbo precioso, o senhor compra uma roupa de mergulho e vai de encontro às lembranças de sua vida, que se apresentam de forma lenta e nostálgica, como se fossem um grande filme passado em apenas 12 minutos.
O que vemos daí em diante é uma magnífica viagem ao longo do tempo; pessoas que já passaram por aquela casa – grande parte dela submersa perante ao imenso oceano - e aquelas que já deram adeus a esse mundo figuram entre as lembranças do pacato senhor. Tudo é mostrado de forma delicada e tocante, numa simbiose plena entre passagens e trilha sonora. Kunio Katô consegue apresentar em singelos 12 minutos o que diretores populares nunca conseguiram em todas suas carreiras. O pouco tempo é marcante e, de quebra, dá um ponorama lúcido e atual sobre o aquecimento global.
Para quem é pouco familiarizado com o mundo dos curtametragens ou nem sequer se interessa por eles, começar com "A Casa de Pequenos Cubinhos" seria uma excelente ideia. Os outros concorrentes ao Oscar, como o próprio "Presto" - que já deve ser conhecido da maioria -, também merecem um olhar especial, já que gozam de grande qualidade.
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário