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Cineplayers Cast

#95 - Apocalypse Now

Um dos grandes clássicos dos filmes de guerra, Apocalypse Now está completando 40 anos e o Cineplayers aproveitou a oportunidade para fazer um podcast completo sobre ele.

Rodrigo Cunha, Bernardo Brum, Heitor Romero e Régis Trigo unem-se para responder todas as perguntas: por que o filme é tão bom? A bagunça de Coppola deu certo? Como? Quais são as passagens mais clássicas? E o diferencial para os filmes de hoje?

Simbora junto em mais um Cineplayers Cast!

SPOILERS DAS TRÊS HORAS COMPLETAS


Duração: 108 minutos

Edição: Edu Aurrai

Comentários (20)

Luís F. Beloto Cabral | segunda-feira, 14 de Setembro de 2020 - 08:37

Desculpa responder só agora. Pra mim não é paradoxo nenhum defender o novo se inspirando em águas passadas. Isso é basicamente o que o Bressane faz o tempo todo assim como, mais ou menos, em último caso, pensadores da imagem como Aby Warburg. Eu continuo discordando da primazia desse autor UNO. Ele pra mim é o ponto de partida, a base, o capitão ou o maestro, mas reconhecer essa primeira orientação não deveria implicar não reconhecer o agenciamento das outras pessoas - agenciamento que potencialmente abre outras possibilidades pro próprio capitão ou maestro. Não é uma questão de negar o diretor ou colocá-lo como insignificante. É somente uma questão de agregar, reconhecer essa dinâmica em toda a sua complexidade. Eu não consigo falar de Hiroshima mon amour e reconhecer apenas o Alain Resnais, sem lembrar da Marguerite Duras ou da Emanuèlle Riva, ou A mulher de todos sem lembrar da Helena Ignez ou Limite sem lembrar de Edgar Brasil.

Luís F. Beloto Cabral | segunda-feira, 14 de Setembro de 2020 - 08:42

E o simples fato de serem modulações diferentes de imagem entre A dama oculta e Os pássaros já indica que houve um movimento nesse meio tempo, a despeito de serem os mesmos roteiros ou as mesmas questões. E falando por mim, eu refuto um pouco a teoria francesa, mas criticar não deveria ser sinônimo de descartar. Eu posso discordar profundamente de certas coisas mas não significa que eu não tenha muito a aprender com os críticos franceses ou algo que eu possa absorver dos mesmos até para criar novas coisas, colocar tudo em movimento.

Luís F. Beloto Cabral | segunda-feira, 14 de Setembro de 2020 - 16:25

São uma das possibilidades de leitura sim, sem dúvidas. E eu não descarto o fator biográfico para a compreensão das obras. Em alguns casos realmente agrega muito e até dá outras nuances desapercebidas (tipo os signos falicos e os operários fortes e viris nos filmes do Einsenstein e o fato do cara ser homossexual). Mas pra mim não é a única possibilidade de leitura, seja porque outras agências estão em jogo, seja pelas coisas que os próprios autores não controlam plenamente. Fora a nossa perpétua capacidade de ressignificar na nossa constelação própria de referências o que nós estamos vendo/ouvindo, e o cinema aliás foi um veículo ativo disso, do Chris Marker digredindo sobre Vertigo em Sans soleil ao Fantasia da Disney que faz um ballet de hipopótamos com a Dança das horas. O simples fato de termos tantas adaptações literárias e teatrais no cinema indica esse trânsito e abertura - e o Bazin tem um texto lindo sobre adaptação da literatura no cinema.

Luís F. Beloto Cabral | segunda-feira, 14 de Setembro de 2020 - 16:27

P.S.: eu estou morrendo de calor e o meu quintal está coberto de cinzas. Eu odeio essas queimadas. Eu odeio o Bolsonaro e o seu clube.

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