Em 1966, quando Persona foi lançado, Bergman já era um diretor consagrado mundialmente, famoso por levar ao cinema questões existencialistas e psicologícas de maneira sensível e marcante.
Mas mesmo os fãs mais ardorosos do cineasta se supreenderam com sua nova obra, na superficíe o filme trata das mesmas questões de seus filmes anteriores, mas logo se percebe na cena de abertura que se trata de uma experiência única e inigúalavel.
Na parte técnica o filme lembra bastante 2001(lançado dois anos depois), assim como no filme de kubrick as imagens mostradas na tela são tão (ou mais importantes) que os díalogos.
Se as imagens de Persona são inesquéciveis, o roteiro é igualmente marcante. Uma atriz teatral sofre uma crise emocional duranta a encenação de uma peça e simplesmente emudece sem que ninguém saiba a real causa dessa mudança.
Ao ser levada ao hospital, uma enfermeira-chefe compreende seus sentimentos e a alerta para os perigos de sua atitude (''você pode se isolar do mundo, mas seu esconderijo não é a prova d'agua, a realidade é diabólica, a vida engana em todos os aspectos'') .
Em seguida é aconselhada a passar um período no campo ao lado de uma enfermeira gentil e compreensiva.
A relação de convivência entre as duas em um ambiente que parece ser ao mesmo tempo livre das preocupações do mundo exterior e abrigar todas as dúvidas e angústias existentes em seus corações, é o grande trunfo do filme.
A relação entre as duas oscila da cúmplicidade ao ódio sem que jamais saibamos o que se passa na mente de Elisabeth Vogler. Ela é a personificação da indiferença, do medo e da solidão.
Em Persona, Bergman procura a resposta para um dos maiores mistérios da humanidade: por quê os seres humanos não conseguem compreender uns aos outros, apesar de teoricamente sermos todos iguais? Bergman não encontra a resposta, assim como não encontraram os artistas que vieram antes e depois dele.
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