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Perfis

Foto de Luchino Visconti

Luchino Visconti

Idade
69 anos
Nascimento
02/11/1906
Falecimento
17/03/1976
País de nascimento
Itália
Local de nascimento
Milan, Lombardy

Conheça um dos maiores diretores italianos de todos os tempos e um pouco de suas obras.

O ano de 2006 é importante para os fãs do renomado diretor italiano Luchino Visconti. Dono de algumas obras-primas da história do cinema, este realista completaria 100 anos de vida no dia 2 de novembro, caso não tivesse falecido no dia 17 de março de 76, há exatos 30 anos. Para não deixar passar em branco essa importante data, resolvi falar um pouco sobre a carreira deste gênio, que começou com as dificuldades e pobrezas do povo e terminou com grande glamour e grandiosidade.

Talvez a sua versatilidade (trabalhou no teatro, cinema, óperas, etc) tenha se mesclado com o tempo, impulsionado pela carreira teatral do pai, o duque Giuseppe Visconti. Embarcou no mundo do cinema já na década de 30, de carona com um dos grandes mestres da época: o francês Jean Renoir. Trabalhou como seu assistente em alguns filmes (Toni e Partie de Campagne) antes de voltar para a Itália, já durante a Segunda Guerra Mundial, para começar sua carreira como cineasta.

Logo em seu primeiro trabalho, uma amostra do que poderíamos esperar durante toda a sua existência cinematográfica: polêmica. Em Obsessão, de 1943, Visconti fez uma adaptação não autorizada do livro The Postman Always Rings Twice, de James Cain. Ele conta a história do homem que, em meio à difícil vida durante a guerra, se instala em uma pensão com comida e emprego. Só que se apaixona pela mulher do dono do lugar e, juntos, pretendem matar o marido dela para não haver nada que os impeça de ficarem unidos.

Por causa do não pagamento dos direitos autorais da obra original, o filme foi proibido nos Estados Unidos até a década de 70. Aqui no Brasil, é fácil achá-lo, pois é vendido separadamente ou em uma das caixas do diretor em DVD. Além de sua versão, outras duas chegaram aos cinemas: uma em 1946, dirigida por Tay Garnett, e outra em 1981, dirigida por Bob Rafelson e estrelada por Jack Nicholson e Jessica Lange.

Em 1948, começou uma pretensiosa trilogia. A Terra Treme, conhecido no Brasil apenas por esse nome, era, na verdade, para ser A Terra Treme: Episódio do Mar, o primeiro capítulo de uma trilogia jamais finalizada. Novamente embarcando no tema das dificuldades sociais da época, conta a história de um jovem pescador que, revoltado pela exploração sofrida provinda dos homens donos ricos de barcos, decide trabalhar por conta própria. Mas, ao desafiar um império, descobre os tristes caminhos daqueles que não têm recursos para seguir em frente. Visconti trabalhou aqui apenas com atores amadores.

O bonitinho Belíssima dava os últimos passos neo-realistas do diretor, antes desse embarcar em obras mais pretensiosas – e, consideradas por alguns, suas grandes obras-primas. Com Rocco e Seus Irmãos, de 1960, sua obra social era levada ao máximo da estética, narrativa e mensagem, contanto a história da família que vai morar em Milão e deve, com o tempo, se adaptar à nova vida que levam. Destaque para Alain Delon no papel de Rocco Parondi, ator que foi destaque nos palcos por conta de Visconti e repetiu nas telas o sucesso, impulsionado também pelo diretor – assim como vários outros astros, como Marcello Mastroianni (Um Rosto da Noite, 1957).

O Leopardo trouxe a Palma de Ouro em Cannes às mãos de Visconti, através da história de Dom Fabrizio Salina, um nobre príncipe que vive a decadência da nobreza e a ascensão da burguesia durante a Itália do ano de 1860. Aqui o luxo, grandiosidade e a fama já faziam parte de seus trabalhos, pois tudo ficou maior, mais rico. Com Morte em Veneza, de 1971, a polêmica característica de sua filmografia toma ares maiores (O Segredo de Brokeback Mountain inovador?). Baseado na obra de Thomas Mann, conheça a história de Gustav Aschenbach, um músico que vai passar férias no exterior e acaba vivendo uma paixão avassaladora e inesperada, confrontando-o com seus próprios ideais.

Ludwig foi a sua antepenúltima obra, e também aquela que marcou o início de uma série de problemas em sua vida pessoal. O filme contou a história de Ludwig, o rei de Baviera que ficou marcado pelas excentricidades dos castelos construídos e pela proteção à arte de Richard Wagner. A versão picotada de apenas duas horas, lançada pelos produtores em 1972, deu lugar a uma mais recente, nos anos 80, completa, se aproximando mais do que Visconti tinha em mente ao realizar o trabalho, com aproximadas quatro horas de duração.

Logo após ao termino das filmagens de Ludwig, Visconti sofrera um enfarte, que encadeou uma série de problemas de saúde que resultaram em sua morte, no dia 17 de Março de 1976. Seus dois últimos filmes foram Violência e Paixão, quase uma auto-biografia não assumida, e O Inocente, que foi dirigido já em cadeira de rodas e teve de ser finalizado após o falecimento de Visconti.

Um diretor que sempre soube o que fazer, com histórias marcantes, marcado por excentricidades até nas datas de sua vida. Beleza, glamour, grandiosidade. Um dos grandes nomes do cinema italiano e um dos mais importantes nomes da história do cinema.

Filmografia

Título Prêmios Ano Notas
2006
Maria Callas - Em Suas Próprias Palavras
ele mesmo (imagens de arquivo)
2017
Most Beautiful Boy in the World, The
ele mesmo (imagens de arquivo)
2021
Título Prêmios Ano Notas
1960
8,6
8,5
1971
8,6
8,4
1943
1948
1951
1963
8,8
8,4
1972
8,2
1974
7,7
1976
1954
1957
1969
1967
7,1
1965
1962
1967
1953
Título Prêmios Ano Notas
Ludwig
Roteirista
1972
8,2
Inocente, O
Roteirista
1976
Morte em Veneza
roteiro
1971
8,6
8,4
Sedução da Carne
roteiro e argumento
1954
1960
8,6
8,5
Obsessão
Roteirista
1943
Terra Treme, A
roteiro
1948
1974
7,7
Deuses Malditos, Os
história e roteiro
1969
Belíssima
Roteirista
1951
Vagas Estrelas da Ursa
história e roteiro
1965
Estrangeiro, O
roteiro
1967
7,1
Nós, As Mulheres
Roteirista
1953
Leopardo, O
adaptação e roteiro
1963
8,8
8,4
Boccaccio 70
il lavoro
1962