Um dos melhores diretores da nova geração.
Natural dos Estados Unidos, Darren Aronofsky sempre foi muito ligado à arte. É, desde sua adolescência, um adorador confesso de filmes clássicos. Cursou cinema na famosa Universidade de Harvard onde já começou a demonstrar grande talento. Seu filme Supermarket Sweep, feito como trabalho de faculdade, recebeu diversos prêmios. Realizou, também, outras duas produções como estudante de cinema: Fortune Cookie (1991) e Protozoa (1993).
Foi em fevereiro de 1996, que Aronofsky começou a criação de Pi, seu primeiro longa comercial. Após ter concluído o roteiro, em 1998, começou a produzir o filme com o apoio de seus amigos que haviam gostado da história. O longa retrata a vida de um jovem que está prestes a decodificar o padrão numérico do mercado de ações. Por esse motivo, o rapaz é perseguido por uma poderosa firma de Wall Street e por uma seita que deseja vê-lo decifrar os segredos de antigos textos sagrados. O thriller rendeu para o diretor três indicações ao Independent Spirit Awards – venceu melhor roteiro de estreia – e duas indicações ao festival de Sundance, no qual venceu a categoria de melhor diretor-drama.
Após o ótimo Pi, Aronofsky lançou em 2000, outro bom filme, Réquiem para um Sonho. Foi um grande sucesso de crítica. A história aborda o mundo das drogas de duas maneiras: o vício de um rapaz em injetar entorpecentes e o de uma mãe viciada em comprimidos para emagrecer. Esse trabalho recebeu indicações a diversos prêmios, entre eles, a nomeação de Ellen Burstyn ao Globo de Ouro de melhor atriz em drama e ao Oscar de melhor atriz. O longa recebeu ainda, cinco indicações ao Independent Spirit Awards, e consagrou-se vitorioso nas categorias de melhor fotografia e melhor atriz.
Em 2006, foi a vez de Aronofsky lançar o controverso Fonte da Vida (The Fountain). Alguns acham que o diretor se perdeu na tentativa de construir uma obra-prima; porém, há quem defenda que esse é mais um dos grandes trabalhos do renomado diretor, visão com a qual compactuo – e prefiro esse a todos os seus projetos antecessores. A história traz no elenco Hugh Jackman, Ellen Burstyn e Rachel Weisz. A história é uma fábula sobre amor, morte e espiritualidade. O filme é contado por meio de três histórias: uma que se passa no século XVI, outra nos tempos atuais, e uma terceira no século 26 que serve para unir as duas primeiras.
O filme recebeu uma indicação para Darren Aronofsky no Festival de Veneza. O Globo de Ouro, entretanto, indicou o longa na categoria de melhor trilha sonora, mas, infelizmente, o filme não foi o vencedor. Acredito que o instrumental Death is The Road To Awe, de Clint Mansell, é uma das mais belas trilhas de longas-metragens.
Já despertando interesse de toda a indústria, foi com O Lutador, em 2008, que o cineasta obteve maior reconhecimento de seus colegas e dos críticos ao narrar a história de um lutador profissional aposentado que continua a competir no circuito independente enquanto tenta voltar à elite para um último combate com seu antigo rival. Foi esta produção que possibilitou a Mickey Rourke reerguer sua carreira como ator ao ser indicado ao Oscar. A outra nomeação que o filme recebeu ao prêmio da Academia veio pela atuação de Marisa Tomei. Além disso, O Lutador venceu o Leão de Ouro no Festival de Veneza.
E se Aronofsky já provava toda sua qualidade, parece ter atingido seu melhor momento com Cisne Negro, que conseguiu cinco indicações ao Oscar, incluindo filme e direção – e, assim, Aronofsky merecidamente recebeu seu primeiro reconhecimento de amplo destaque.
A carreira do diretor o credencia, incontestavelmente, como um dos melhores da nova geração. Em seus cinco filmes, seu trabalho é de extrema competência, conseguindo fazer com que suas produções juntem entretenimento e reflexão. Resta esperar por mais filmes de Aronofsky, um dos grandes de sua geração.
* atualizado em 31/01/2011.