O sétimo selo
UMA OBRA PRIMA DO CINEMA METAFÓRICO
Uma simples conversa entre o homem e a morte explora ao longo de todo filme, um ambiente medieval que mescla o começo do renascimento e as indecisões do homem pós idade das trevas,as dúvidas pertinentes e as perguntas que esse faz a morte personalizada deixam um vazio de solidão que acaba denotando as perguntas não respondidas que reside nos corações dos homens,o filme em seu todo é genial,marcos históricos como as cruzadas são citadas sutilmente como zombarias por cavalheiros com um ideal mais antropocentrista.
O contraste entre os monges da igreja e a arte também é abordado de maneira genial, uma torrente de julgamentos por parte dos monges são lançados àquela sociedade pós trevas...todavia as dúvidas e os medos ainda surgem no corações daqueles que tem incerteza do caminho a se seguir.
A peste negra aparece de relance como uma marca daquele tempo medieval desprovido de estudos em prol da ciência, alegando ser o juízo final daqueles que dilaceram suas mentes e corações com dúvidas carnais e espirituais.
SEGUE O TRECHO DO DIÁLOGO ENTRE O HOMEM E A MORTE :
''- O vazio é um espelho
Eu vejo meu rosto...E sinto delírio e horror.Minha indiferença aos homens me fechou totalmente.Eu vivo agora em um mundo de fantasmas,um prisioneiro em meus sonhos.
(morte)-Ainda assim,você não quer morrer.
- Sim,eu quero.
(morte)-O que você está esperando?
- Conhecimento
(morte)-Você quer uma garantia.
- Chame o que você quiser.
É tão difícil conceber Deus com os sensos de uma pessoa?Por que ele tem que se esconder numa neblina de vagas promessas...E milagres invisíveis?Como iremos acreditar nos que acreditam quando não acreditamos em nós mesmos?O que será de nós que queremos acreditar,mas não podemos?E quanto àqueles que não podem ou não irão acreditar?Por que não posso matar Deus dentro de mim?Por que ele vai vivendo em um sofrido,humilhado jeito?Eu quero tirá-lo do meu coração...Mas ele ainda continua uma realidade assustadora...que eu não posso me livrar.Está me ouvindo?
(morte)-Estou te ouvindo
- Eu quero conhecimento.Não crença.Não suposições.Mas conhecimento.Eu quero que deus ponha sua mão...mostre seu rosto,fale comigo.
(morte)-Mas ele é mudo.
- Eu choro para ele no escuro mas parece não ter ninguém lá.
(morte)-Talvez não tenha ninguém lá.
- Então a vida é um terror sem sentido.Nenhum homem pode viver com a morte e saber que tudo é nada.
(morte)-A maioria das pessoas não pensam nem na morte ou no nada.
- Até que eles chegam no final da vida e vêem a escuridão.
(morte)-Ah,esse dia.
- Eu percebo.Devemos fazer de nosso medo,um ídolo...e chamá-lo de Deus.
(morte)-Você não é fácil
- A morte me visitou essa manhã,estamos jogando xadrez.Esse adiamento me permite fazer uma tarefa vital.
(morte)-Qual tarefa?
- Minha vida inteira tem sido uma procura sem significado.Digo isso sem amargura ou auto-condenação.Eu sei que é mesmo para todos.Mas eu quero usar meu adiamento para uma ação significante.
(morte)-Então você joga xadrez com a morte?
- Ele é tático e bem habilidoso,mas ainda não perdi uma peça.
(morte)-Como você pode ganhar da morte?
- Com uma combinação de bispos e cavalos...irei quebrar seu flanco.
(morte)-Eu devo me lembrar disso.
-Traidor!!Você me trapaceou!Mas vou arranjar um jeito
(morte)-Continuaremos nosso jogo nos dormitórios.
......
- Essa é minha mão.Eu posso movê-la.O sangue está pulsando em minhas veias.O sol ainda está em seu apogeu...E eu, Antonius Block...estou jogando xadrez com a morte!''
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