Fraco, muito fraco! O animal mais assustador da terra recebe um filme que não faz jus ao seu poder destrutivo.
O urso pardo é um animal perigosíssimo. Para além dos afiados dentes, enormes garras e corpo gigantesco, este animal tem uma arma mortífera: uma patada fortíssima, que pode separar facilmente a cabeça de um humano (ou de outro animal) do resto do corpo. Não é como certos felinos e seres marinhos, cuja principal e por vezes única arma é a boca. O urso pardo é todo perigoso. Em especial as fêmeas, que não hesitam em lutar para proteger as suas crias. Então, basta não incomodarmos as crias, certo? Errado! Muitas vezes o homem fica bem longe das crias do urso pardo, mas isso não o impede de nos matar de uma maneira dolorosa e sanguinária. Porque assustamos as crias, parece. O problema é que qualquer coisa serve para as assustar. Um espirro, por exemplo.
Assim sendo, seria de esperar que um animal tão mortífero rendesse um bom filme. Mas não é isso que acontece. As cenas de ataque deste filme são do mais decepcionante que pode haver. Ao que parece, foi usado um urso domesticado nessas cenas. Isso deveria ser uma mais-valia, dando um toque mais realista ao filme. Porém, não foi. Essa opção revelou-se desastrosa. O resultado é um urso que ataca como se tivesse reumatismo, rugindo milhentas vezes antes de sequer tocar na pessoa, quase sempre em quatro patas, lento até dizer chega e com a ferocidade de um urso…de pelúcia! Assim, as cenas de ataque não convencem e não assustam uma criança.
O filme tem ainda outros defeitos. Um é a presença do tal assassino em série. A sua participação no filme acaba por não servir para nada. Quero dizer, ele faz algumas coisas, é verdade, mas desaparece do filme cedo, sem sequer ameaçar a segurança do grupo de adolescentes. Então, para quê essa personagem no filme? Se isto é um filme de terror, porquê pôr um assassino na história sem fazer dele um perigo para os personagens principais? Para ser mais uma vítima do “terrível” urso? Um bocadinho de por favor! Depois, em algumas das (poucas) cenas de ataque, escondem-nos o ataque em si, fazendo o urso aparecer no ecrã apenas uns segundos. As cenas que tentam jogar com o suspense não funcionam. Os efeitos especiais não são nada especiais. A maior parte dos personagens é desprezível e a reviravolta (?) final soa gratuita e estraga uma das poucas personagens que, ate aí, tinha sido minimamente tragável.
Enfim, O Parque dos Ursos Selvagens é um filme decepcionante, mal feito e que não cumpre o que poderia prometer. Só não dou nota mais baixa porque o filme, mesmo sem querer, trouxe-me algo bom (a apresentação do menu do seu DVD, que é uma das mais arrepiantes que já vi), por causa do excerto da Bíblia que aparece nos segundos iniciais do filme e pela música “I Met a Bear”, que apesar de ser boba (ok, MUITO boba), consegue divertir.
Com o perdão do trocadilho, o filme é piurso!
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário