Um dos melhores filmes de 2004 e talvez um dos mais corajosos da década.
Sem nenhum pudor, com muita boca suja e cenas explicitamente violentas, Team America é uma demonstração de uma das palavras mais usadas no filme: liberdade. Sim, os criadores usaram e abusaram da liberdade nesse filme.
Referências nele são inúmeras: a começar pelo próprio gênero heróico de Hollywood: muito tiroteio, mísseis, artes-marciais, tecnologia e sentimentos amorosos misturados.
Especialmente, é uma referência à luta contra o terrorismo, onde o Team America representa os EUA como único herói no mundo interessado em derrotar o terror (por isso World Police no título).
Como se isso não bastasse, o filme deixa explícito o seu "eixo do mal" que repousa na figura da classe artística chique de Hollywood. Isso fica bem claro ao ligar os artistas no conjunto de seu "sindicato" ao comunista mais desprezível e lunático do nosso tempo: o ditador da Coréia do Norte. Isso foi uma crítica corajosa ao esquerdismo esquizofrênico que existe na maior parte de Hollywood. Figuras normais da militância como George Clooney e Danny Glover estão bem colocados lá. Michael Moore, claro, não podia faltar e não faltou. Está lá ele e seu ativismo quase psicótico.
Como os criadores não são tolos, despejaram também críticas ao Team América, dando um ar de equilíbrio ao filme. A principal crítica é aquele geito de ser onde eles destroem tudo para destruir o inimigo (o clichê da truculência muitíssimo bem colocado) e as mais que comuns acusações de que eles recebem patrocínio de organizações poderosas (enquanto os artistas recebem descaradamente uma mãozinha do comunismo poderoso da Ásia).
A arte praticamente chega ao clímax com as referências ao Kim Jong Il, o chefão da Coréia do Norte. Existe ditador mais excêntrico do que ele para retratar? Kim Jong Il, como um bom ditador comunista, é conhecido por ter tudo que exige, inclusive uma coleção com milhares de títulos de filmes, onde quem sabe até o Team America poderá ser encontrado. Kim Jong Il também gosta de promover e até protagonizar espetáculos de luxo e glamour e isso é retratado formidavelmente no filme.
A ONU também está no filme, junto com sua incapaz diplomacia inútil.
Por fim, não é só o enredo que é anti politicamente-correto, a técnica também é. O filme é todo feito com bonecos de marionete com muitos fios a mostra. Movimentos toscos e bastante pirotecnia comum substituem efeitos especiais refinados.
Uma comédia grossa e imperdível para quem tem cabeça forte e aberta.
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