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Notícias

Cobertura da Semana II

The Walking Dead – S05E16 – Conquer

Greg Nicotero, diretor de vários episódios da série, sempre faz questão de exibir um diferencial estético em relação a muitos dos episódios da série: seu apreço por composição de quadro ao invés de corte, combinado com a utilização de reflexos, profundidade de campo paralelismo na montagem e o recorrente uso de foreshadowing para comprovar confirmar pontos, arredondar lógicas e potencializar o que conta como analogias sociais de destruição, sobrevivência, resistência e renascimento da civilização. Tudo isso torna Conquer, o episódio mais ambicioso da história de The Walking Dead, uma recuperação do foco que Darabont tinha no início e agora Gimple recupera: não só o espírito fidedigno à linha mestra dos quadrinhos foi recuperada, mas também de forma progressiva a catarse violenta enquadrada de maneira incômoda, os longos e analíticos diálogos que mantém a tradicional exposição do que está sendo discutido que consagrou a série sem desviar da jornada, ainda que se descolem do tradicional storytelling por prestar mais atenção a contemplação do que a ação de seus personagens. Com o foco recuperado, a quinta temporada refinou Walking Dead até o surgimento de Conquer e conseguiu oferecer, como no caso do piloto lá na primeira temporada e de “Welcome to the Tombs”, season finale da terceira temporada, grande televisão.

Better Call Saul – S01E09 – Pimento

Breaking Bad era um reunião de indivíduos fracassados, e não é de se surpreender que a trajetória da transição de Jimmy McGill para Saul Goodman carregue tantos paralelismos com a de Walter White para Heisenberg. Gilligan e Gould tornarem-se mestres da arte de refinar o o enfrentamento de pequenas dilemas dentro de arcos maiores para, imediatamente após episódios concentrador de narrativas de ação, parar para os episódios guiados por personagem, empurrando seu protagonista Jimmy cada vez mais em seu caminho sem volta  no mundo da picaretagem judicial. Os jogos de perspectiva labirínticos em matéria de imagem e som que dominaram vários episódios não estão tão presentes aqui, que apresenta com sua austeridade estética a luta perdida que Jimmy, ao contrário de Walt na série de origem, travou ao longo da temporada para tentar deixar de ser “Jimmy Sabonete”. Dessa forma, temos aqui a preparação de terreno para uma via crucis loser – onde vemos os vencedores a todo tempo como pano de fundo, como agentes ativos da ruína moral dos protagonistas que irão tentar, lutar e não conseguir, com redenções mínimas e simbólicas de suas almas expiando os seus pecados – mas enquanto isso, não arranharam nem a superfície do mundo. Por isso que a narrativa secundária de Mike nesse episódio, apesar de parecer sem muito propósito em um primeiro momento, resume bem em seu discurso sobre “vilões” e “criminosos”: estamos mais em um mundo onde as barreiras ordem/lei e crime/caos são mais divisões limítrofes que plantam terreno para a verdadeira narrativa: a do pecado, da moralidade, da consciência. Caminho que Jimmy, triste, frustrado e indignado, pisa fundo no acelerador para enfrentar sem saber o que encontrar em frente.

Comentários (1)

Raphael da Silveira Leite Miguel | terça-feira, 14 de Abril de 2015 - 00:24

Já esperava que aquela cena da Sasha iria dar um bom plano de fundo para textos do último episódio, rs.

Como citado, aprovei o que foi realizado com a série, que é a aproximação com a HQ, visto que nos últimos arcos totalmente novos no universo TWD, a qualidade caiu bastante.

Realmente, a série fechou essa temporada num ritmo interessante, bem diferente de quando começou, os novos arcos sim são realmente interessantes e vão fazer Rick e sua turma passar por dificuldades ainda maiores do que já passaram. Aquela turminha do W marcado na testa podem ser uma grande ameaça, e ainda tem o grande vilão a surgir, Negan.

Espero por uma sexta temporada, como a melhor de todas.

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