Canto dos Ossos vence a 23ª Mostra de Tiradentes
Aconteceu ontem à noite a cerimônia de premiação da 23a. Mostra Tiradentes, marcada por positivas surpresas. O inesperado foi pelo gênero horror (com suas inúmeras fatias sociais) conseguir sagrar-se campeão no júri oficial tanto em longas quanto em curtas metragens. Canto dos Ossos, uma saga vampiresca e Egum, uma espécie de pesadelo filmado, foram os títulos vencedores do troféu Barroco, que deixou seus diretores claramente surpresos. Enquanto o primeiro trás as questões LGBTQ como marca indelével, o segundo abre uma discussão forte sobre o racismo ainda hoje na sociedade.
No júri popular, Até o Fim, da consagrada dupla Ary Rosa e Glenda Nicacio, não surpreendeu ao vencer, tendo em vista a resposta unânime entre o público na sua sessão. Na Mostra Olhos Livres, Yãmĩyhex – As Mulheres-Espírito, filme dirigido e desenvolvido dentro de comunidades indígenas, conquistou o júri jovem que concede o prêmio.
A diretora de fotografia Lilis Soares, com três títulos na Mostra, foi agraciada com o troféu Helena Ignez para destaque feminino, e o seu trabalho para iluminar corpos negros e periféricos foi citado na justificativa do júri para tal honraria. A periferia também fez parte do tônus por trás da celebração coletiva de Perifericu o grande vencedor do troféu Canal Brasil de curtas, que une atrizes trans e lésbicas para uma afirmação de potência.
Após 9 dias de debates, encontros, mesas temáticas e muito cinema, a Mostra Tiradentes se despede já com a data na ponta da língua para 2021, a se realizar entre os próximos 22 e 31 de janeiro.
Confira os premiados da 23ª Mostra de Tiradentes:
me disseram que o grande esnobado da noite foi o filme Cabeça de Nêgo, vibrante e atual filme de um diretor estreante do ceará