O cinema oriental: grandes diretores e suas principais obras cinematográficas
Uma coisa extremamente perceptível no grande mercado cinematográfico e audiovisual do país, seja em questão de produção ou até da exposição que certos títulos recebem em cinemas e festivais é a nítida prevalência do cinema hollywoodiano.
Longe de ser uma crítica destrutiva, mas também sendo uma crítica construtiva, essa cultura da prevalência do cinema hollywoodiano é responsável por estrangular pequenas produtoras e obras que não são tão relevantes no cenário mainstream.
Afinal, quantas salas de cinema em todo o país exibiram o já considerado clássico de Ryusuke Hamaguchi, Drive My Car? E quantas salas de cinema exibiram Spider Man: No Way Home?
Sim, esta é uma questão a ser refletida que envolve diversos pontos que vão além do cinema, como a questão de valores, acessibilidade das obras e muitos outros.
Então, o foco desta reportagem de forma alguma é realizar uma dura crítica ao cenário cinematográfico nacional e internacional, mas sim trazer luz a realizadores clássicos e contemporâneos que fogem um pouco do eixo das produções hollywoodianas.
Há inúmeros diretores orientais, por exemplo, que são vivos exemplos de resumo profissional considerados impecáveis, com uma filmografia extremamente elogiada pela crítica e bem recebida pelo público mais inteirado no meio audiovisual.
Sem mais delongas, vamos aos diretores e realizadores.
Yasujiro Ozu e o equilíbrio do cinema japonês
Um dos diretores e roteiristas mais renomados de todos os tempos no mundo do cinema é o japonês Yasujiro Ozu. Nascido em 1903 em Tóquio, Ozu desde o início de sua trajetória teve contato com filmes e com o processo de filmagem.
Em 1923 se juntou à uma companhia cinematográfica japonesa chamada Shochiku, onde teve suas primeiras experiências como realizador, o que serviu como estopim para a produção de seu primeiro filme, Zange no Yaiba.
É até difícil descrever o cinema de Ozu sem usar e abusar dos termos: simplicidade, equilíbrio e delicadeza.
Estas são as sensações que as técnicas empregadas por Yasujiro Ozu em suas gravações transmitem aos espectadores, de maneira sútil, através de detalhes como:
• Escolhas de filmagem
• Narrativa e temática de seus filmes
Devido a estas características e temas como: trabalho, casamento, união e o passar do tempo, Ozu é amplamente conhecido como um dos diretores mais fiéis ao realismo de todos os tempos.
Inclusive, diversos diretores contemporâneos a ele fazem questão de colocar no resumo profissional a influência de Yasujiro Ozu para suas carreiras, como Wim Wenders, Jim Jarmusch e até o próprio Akira Kurosawa.
Algumas das obras indispensáveis do diretor são: Banshun e Tokyo Monogatari, mais conhecidos como Pai e Filha ou Late Spring; e Era Uma Vez em Tóquio.
As belezas visuais e emoções de Wong Kar-Wai
Saindo do Japão e partindo para a China, mais especificamente para Hong-Kong, o segundo diretor da nossa lista é o mestre da representação do amor: Wong Kar-Wai.
É fato, se você já teve a oportunidade de assistir a qualquer filme de Kar-Wai, é possível que você tenha notado a intensidade de tudo que ocorre no filme, desde as cores até a explosão de sentimentos que sempre marca suas obras.
A temática central de suas obras acaba, de uma forma ou outra, pincelando sempre a questão do amor e da relação entre duas pessoas, direta ou indiretamente, seja no início abrupto de um romance proibido, como é possível ver em In The Mood For Love, ou em términos e quebras inesperadas em um relacionamento.
Em questão técnica, os filmes do cineasta de Hong-Kong são considerados impecáveis, tanto pela crítica, quanto pelo público de maneira geral.
Atualmente, o diretor é extremamente renomado internacionalmente, especialmente no mundo ocidental, tendo sido o primeiro diretor chinês a ganhar o prêmio de Melhor Diretor no aclamado festival de Cannes.
Sem sombra de dúvidas, os filmes essenciais do cineasta são: In The Mood For Love, Chungking Express e Fallen Angels.
Bong Joon-Ho e uma filmografia que vai além de Parasita
O Oscar, apesar de ser visto como um festival relativamente comercial para os puristas de cinema, especialmente quando comparado com festivais como Cannes e diversos outros, possui um caráter importante de lançar diretores, atores e filmes para o cenário comercial.
No ano de 2020 isso não foi diferente, e na ocasião, o grande vencedor da noite foi o sul-coreano Bong Joon-Ho e o sucesso astronômico de Parasita, vencedor do prêmio de melhor filme naquele ano.
O sucesso no mundo ocidental foi tanto que Parasita foi o primeiro filme não filmado em língua inglesa a obter os prêmios de Melhor Filme na história do festival.
Os filmes do cineasta são marcados pela presença de vários gêneros em um mesmo filme, sempre apresentando elementos de gêneros como suspense, comédia, drama e ação.
Além disso, Joon-Ho é conhecido pelas mudanças de ambientação repentinas em seus filmes e por, de maneira direta ou indireta, tratar de temas sociais em suas obras.
Para uma filmografia além do extremamente aclamado Parasita (se você não viu, veja), Bong Joon-Ho produziu obras como O Hospedeiro e Memórias de Um Assassino, sendo que o último é amplamente considerado como um dos melhores filmes sul-coreanos de todos os tempos.
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