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Morre o ator Flávio Migliaccio, aos 85 anos

Esse 4 de maio amanheceu bem triste no Rio de Janeiro. Três figuras importantes da cultura brasileira nos deixaram nesse dia no estado fluminense: Aldir Blanc, artista reconhecido como um dos maiores cronistas e compositores do país, vítima de Covid-19; Dona Neném, baluarte da Portela e viúva do compositor Manacéa, aos 95 anos; e o ator Flávio Migliaccio, aos 85 anos, em seu sítio em Rio Bonito. Segundo ele próprio em sua carta de despedida, vítima de Brasil.

Típico paulistano do Brás descendente de italianos, Flávio Migliaccio começou a carreira em 1954, no Teatro de Arena. Na década de 1960, iniciou uma carreira prolífica em filmes importantes, como A Hora e Vez de Augusto Matraga (1965), de Roberto Santos, Todas as Mulheres do Mundo (1966), de Domingos de Oliveira, O Homem Que Comprou o Mundo (1968), de Eduardo Coutinho, e o clássico do Cinema Novo Terra em Transe (1967), de Glauber Rocha.

Flávio Migliaccio foi então convidado para trabalhar na TV Globo, onde atuou até 2020 e viveu personagens icônicos. O debute foi ao lado de Paulo José, na novela O Primeiro Amor (1972), formando a atrapalhada dupla de mecânicos que seriam estrelas da série Shazan, Xerife e Cia (1972-74). Outro personagem de Flávio que marcou época foi o Tio Maneco, presente em várias peças de TV e cinema. "Eu era louca pelo Tio Maneco", declarou a atriz Fernanda Torres, que trabalharia com Flávio quando ele viveu o Seu Chalita em Tapas & Beijos (2011-12).

"Ele sempre me dizia que não aguentava mais viver num mundo como esse e sentir seu corpo deteriorar-se rápida e irreversivelmente pela idade avançada", escreveu o jornalista Marcelo Migliaccio, seu filho, em carta aberta publicada no Facebook. "Meu pai tinha uma inteligência enorme e era difícil demovê-lo de alguma coisa em que acreditasse. Infelizmente, ele agora é para nós só uma imensa saudade e lembranças maravilhosas."

Dezenas de artistas também usaram as redes sociais para se despedir de Flávio Migliaccio. “Vou sentir muita saudade, muita falta. Falta também do humor que ele possuía. Essa era uma característica do Flávio Migliaccio, o humor”, declarou a atriz Nicete Bruno. "Eu queria aproveitar essa oportunidade para agradecer a você, meu grande amigo, tudo o que você fez pelo teatro, pelo cinema, pela televisão. Vá com Deus", disse o ator Ary Fontoura.

Comentários (2)

Rosana Botafogo | quinta-feira, 07 de Maio de 2020 - 21:49

Triste… Vítima de Brasil. :(

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