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Críticas

Circo, O

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Filme rodado com 7 bobinas, com 2.144 m e estreou em 6 de Janeiro no Strand Theature em Nova Iorque.

De certa forma 'O Circo' marcava o suposto fim da trajetória do vagabundo, já que o sucesso do primeiro filme sonoro, o 'Cantor de Jazz', recebeu total desaprovação de Charles, que acabou interrompendo as gravações de 'City Lights'.

Em 'O Circo', Charles apresenta ao mundo Merna Kennedy, atriz ainda inexperiente no cinema e que recebeu, posteriormente, acusações de Lita Grey de ser amante de Chaplin.

Para a gravação do filme um circo foi contratado durante o período de um ano, houve um incêndio no set de filmagem, longos períodos de pausa na rodagem, rumores relacionados ao conteúdo infantil do filme e até mesmo o roubo de carroças por estudantes, as quais foram recuperadas pelo próprio Charles Chaplin.

Independentemente dos diversos problemas ocorridos até o finalizar do filme, 'O Circo' obteve um bom êxito comercial, rendendo aproximadamente US$ 3.000.000 contra os US$ 900.000 investidos na produção.

A história é bem simples, Carlitos é confundido por ladrão, na fulga da polícia ele encontra um circo e depois do fracasso na tentativa de ser um palhaço ele torna, sem consciência, a atração principal do picadeiro abjeto e monótono.

É considerado um dos filmes mais engraçados e menos politizado de Chaplin, possuindo mesmo assim críticas ao capitalismo.

'O Circo' apresenta cenas lendárias, como a de Carlitos dentro da jaula do leão fazendo-se de forte para impressionar a vedete (Merna Kennedy) e a da suposta larva na maçã.

Outro aspecto relevante é o final do longa, o qual foge de todos os outros finais das produções de Charles, sendo considerado o fim mais triste - o que reforçava a idéia de "morte" do personagem Carlitos.

Vale ressaltar que além da direção do filme Chaplin assinou o roteiro, a produção, a trilha sonora e a edição.

Críticas

De Repente, Califórnia

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Confesso que ao ler a sinopse do filme me lembrei de Brokeback Mountain; acho até compreensível dada a temática do filme. De Repente, Califórnia, assim como disse o Emílio Franco Jr. é uma produção esquemática, é quase uma narrativa linear na qual consta início, meio, fim e há até certos momentos em que o espectador - atento - consegue antever o que acontecerá mais a frente, como o ingresso de Zach na escola de artes graças à inscrição feita escondidamente por Shaun.

Esses detalhes, no entanto, não comprometem o filme, que consegue mostrar com delicadeza e simplicidade a construção da relação entre Shaun e Zach bem como a gradativa “descoberta” que Zach faz de si mesmo. Com uma família totalmente desestruturada que se reduz apenas à irmã, ao sobrinho Cody (este é especialmente querido por Zach e o vê como pai) e ao pai, que é praticamente inexistente, Zach não possui planos nem perspectivas de vida, e vive, quotidianamente, afogado no tédio e apenas consegue momentos de lazer surfando, andando de skate, saindo com seu melhor amigo Gabe, ficando com Tori, sua namorada e principalmente grafitando.

O núcleo central do filme (já que há outros ligados a este) desenrola-se justamente com o relacionamento entre Zach e Shaun. E é partir daí que a vida de Zach, digamos, sofre uma reviravolta. Shaun – que é escritor – ao vir de Los Angeles para passar uma temporada com o irmão Gabe (melhor amigo de Zach) no intuito de arejar a cabeça e ter novas idéias para continuar a escrever, reencontra Zach e juntos relembram a infância e desse reencontro gradativamente uma íntima relação é construída.

É interessante notar que o filme, mesmo arquitetado esquematicamente, não força a barra quanto ao envolvimento entre Zach e Shaun a ponto de, no primeiro beijo dos dois é como se já estivéssemos devidamente envolvidos com as personagens e perfeitamente preparados para “sermos beijados também”. Explico-me. O beijo é natural, uma simples conseqüência do envolvimento de ambos.

Inicialmente, (estratégia previsível) Zach não aceita a sua, então, condição de homossexual, e trava conflitos consigo mesmo projetando o meio social aonde vive e as pessoas mais íntimas da sua vida. Ele se preocupa mais com a opinião dessas pessoas do que com a sua própria, até que, tomado pelo desejo e também a curiosidade de conhecer e experimentar o diferente, se entrega a Shaun e ambos vivem uma deliciosa e leve “infatuation” que se transforma em algo mais sério, mas isso cabe ao espectador imaginar após o término do filme.

Enfim, De Repente, Califórnia, é uma produção interessante, meio “água com açúcar” que consegue envolver o espectador. Aborda uma temática que cada vez mais vem ganhando espaço nas produções cinematográficas (O segredo de Brokeback Moutain, Meninos não choram e até mesmo Vicky Cristina Barcelona) sem (ainda bem) se mostrar sensacionalista ou inverossímil e coloca em evidência o homossexualismo bem como as demais temáticas que se imbricam a esta (conflitos familiares, pessoais, sociais, etc.) alargando, assim, a mente daqueles que ainda insistem em associar o homossexualismo a doença e ou promiscuidade.

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Cubo

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Arrepiante e perturbador, Cubo é um terror competente.

A cena inicial em que um homem é…enfim…trucidado, como eu já estava à espera, não teve nada a ver com o resto da história. Deve ter sido posta apenas para mostrar as capacidades do cubo. Foi uma boa maneira de o mostrar, mas por muito forte que se seja, é complicada de engolir; pode causar um grande arrepio. Uma cena dispensável e necessária ao mesmo tempo.

Analisemos a situação: seis pessoas acordam dentro de um cubo com quatro portas que vão dar a outros cubos, alguns dos quais têm armadilhas mortais. Quando nos pomos na pele dos personagens, sentimo-nos completamente apavorados. Como podemos fugir do sítio que nos mete medo se, quando abrimos a porta, vamos dar ao mesmo sítio (não é o mesmo, mas é como se fosse)? Dá um efeito absolutamente claustrofóbico, arrepiante. E quando os personagens abrem portas e mais portas e só há cubos e mais cubos sem uma saída para a liberdade, e alguns deles perigosos, esse efeito fica cada vez mais forte.

Porém, quando nos habituamos à ideia, o filme começa a ficar morno. É então que começam algumas revelações em relação à matemática do cubo, até à cena em que a médica tenta descer para ver se encontra algo. Então, acontece uma reviravolta no filme. Quentin, daí para a frente, passa de herói a vilão em menos de um piscar de olhos. A cena em que ele mata a médica é absolutamente desconcertante. Ficou-me gravada na memória até ao filme acabar, e até depois disso. A partir daí, já não sabia o que pensar dele. Até que o engenheiro se consegue livrar dele. Aí, comecei a gostar mais do filme, porque os personagens que sobravam eram todos cativantes.

A cena final é mesmo para se desmaiar. Tão perto e tão longe…chegamos a olhar para os personagens e a pensar “Vá, sai daí! Deixa-te de conversas e despacha-te, antes que o cubo se mova!”. Gritamos muito, mas a garota-prodígio da matemática, em vez de ir lá para fora e falar de lá com o engenheiro, preferiu ir acarinhá-lo para o convencer a sair. Ditou a sua sentença de morte. Quando Quentin aparece e faz o que faz, mal conseguimos acreditar. Pobre rapariga. Era a melhor personagem e nem isso a salvou. Confesso que pensei que ela ainda podia sobreviver. Mas depois de o engenheiro matar Quentin (e deixar escapar a salvação), vi que já não havia esperança. Que horror. A pobre rapariga morreu e o engenheiro vai ficar dentro do cubo à espera da morte. Só o deficiente se salva…e será isso muito gratificante?

Cubo é um filme que causa imensos arrepios e pode até causar paranóia. Tenham cuidado quando forem dormir; nunca se sabe onde podem acordar! Para o filme ficar melhor, só faltou saciar a curiosidade (dar uma explicação de quem estava a fazer aquilo, porquê e como), e pelo menos a personagem que mais gera simpatia (inquestionavelmente, a garota-prodígio da matemática) salvar-se. Tem um dos finais mais tristes que já vi, mas vale a sessão.

Críticas

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Diferente de outros filmes dirigidos por Alfred Hitchcock, este filme traz uma história baseada em fatos reais - o que, talvez, faça com que assuma um clima mais realista. Diante disso, o mestre do suspense se utiliza dos movimentos de câmeras e da brilhante interpretação de Henry Fonda para emocionar os espectadores.

O longa narra a história de "Manny" (Christopher Emmanuel Balestrero), um sujeito que trabalha como músico no Stork Club (que atraía pessoas da alta classe na época) e, com muito esforço, sustenta a mulher e os dois filhos. Essa imagem é colocada desde o início, permeada pela figura de Rose (Vera Miles, de "Psicose"), que espera todas as noites pelo marido e cuida dos filhos e da casa. Por estar com dores nos dentes, pede ao marido que obtenha o dinheiro necessário, sempre com muita culpa. Manny, por sua vez, pensa em analisar a apólice de seguros de Rose, a fim de conseguir bancar os custos da operação odontológica (300 dólares). Encaminha-se à "Associated Life of New York", onde poderia obter por meio de empréstimo a quantia desejada. No entanto, ele é confundido por uma das atendentes com um homem que teria assaltado o local algumas vezes.

Partindo desse enredo, Hitchcock traduz para as telas as sensações de um homem inocente sendo incriminado por aquilo que não fez. Temperada pela música de Bernard Hermann, companheiro do diretor em muitos outros filmes, a trama se mostra cada vez mais instigante e imprime a ânsia de justiça e de aquilo esteja resolvido. Um dos elementos para que esse clima realmente funcionasse é Henry Fonda (de "12 Homens e uma Sentença"), um ator que se conduz totalmente pela alma de Manny - atormentado, mas que se mostra bastante sólido diante dos acontecimentos, que viriam a culminar em conseqüências drásticas.

Uma dessas conseqüências é a paranóia de Rose que, a partir do ocorrido, desenvolve um complexo de culpa que a impossibilitaria de continuar como estava. Em busca de solucionar os problemas de sua esposa, Manny a envia a uma clínica psiquiátrica para a sua recuperação. Vera Miles é muito eficiente como Rose. Ela, que era uma das atrizes favoritas de Hitchcock e também de John Ford (diretor de "Rastros de Ódio", no qual ela também participa), conduz cenas muito dramáticas e decisivas no decorrer do longa. Uma delas ocorre no término de "O Homem Errado", quando Manny vai visitar a mulher na clínica e ela se mostra bastante transtornada e mal responde às perguntas do marido. Miles também trabalhou em "Psicose" e também faria "Um Corpo que Cai". Contudo, por estar grávida no período de produção do filme, foi substituída pela bela Kim Novak.

O cineasta Peter Bogdanovich chegou a mencionar que Hitchcock, aos 5 anos de idade, foi punido por seu pai permanecendo durante 5 minutos preso em uma cela. Mesmo sendo um acontecimento que possa parecer banal, Bogdanovich ressalta que o desgosto pelo ambiente carcerário sempre esteve presente no cineasta e que, neste filme, norteia a idealização de algumas cenas. Uma delas, por exemplo, é bastante interessante por fazer com que a câmera parecesse uma "roda-viva", rodando gradativamente, demonstrando a preocupação e um certo desespero da personagem no cárcere.

Dessa vez, Hitchcock não aparece furtivamente em uma das cenas, nas quais aparece como um figurante - uma de suas marcas ao longo de sua trajetória. Em "O Homem Errado", ele surge na cena introdutória dizendo o seguinte:

"Eu sou Alfred Hitchcock. No passado, eu já lhes dei muitos tipos de filmes de suspense. Mas desta vez, gostaria que vissem um filme diferente. A diferença é que este filme é uma história real palavra por palavra. Porém, ela contém elementos mais estranhos que toda a ficção existente em muitos dos filmes de suspense que fiz antes".

Assim, entregaria mais uma de suas obras-primas, que devem ser lembradas para sempre.

Críticas

Foi Apenas um Sonho

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O que é a felicidade? Como encontrá-la? Onde afinal, está essa felicidade? Ela realmente existe?

Essas difíceis questões são o tema central dessa obra poderosa do diretor Sam Mendes. Numa época em que parece que estamos cada vez mais sendo esmagados por uma sociedade cheia de 'padrões' e 'moral', o filme não podia vir em melhor hora, apesar de seu contexto não ser o mesmo do que estamos vivendo.

Frank e April Wheeler são lindos e inteligentes. Conheceram-se quando jovens, quando aproveitavam as oportunidades que a vida lhes dava. Ele, um sonhador, ela, uma aspirante a atriz. Nada poderia dar errado, afinal, eles eram 'superiores' a todos esses padrões que tomaram forma nos anos 50 nos E.U.A: casais felizes (ou pelos menos aparentemente) com suas casas quadradas, todas iguais, um gramado com roseira e cerca e dois filhos, pelo menos. Porém, depois do casamento, eles acabam sendo engolidos por essa vida suburbana, e assim, acabam comprando uma dessas casas quadradas com gramado na Revolutonary Road, nº 115, a partir daí, tudo começa a desabar: Frank fica preso a um emprego que considera sem sentido algum, e April abdica de sua carreira artística para se tornar uma típica dona-de-casa.

Sam Mendes nos apresenta nesse filme um casal peculiar. Apesar de acabarem vivendo como qualquer americano, eles sabem que não felizes. E essa consciência de uma existência vazia é mostrada de uma forma bastante inteligente, o filme consegue passar todo o desespero que cerca o casal, e o expectador acaba se sentido sufocado junto com eles, ficamos enojado com aquele tipo de vida, e passamos até a questionar a nossa própria existência e a forma de como a estamos levando.

Outro casal mostrado no filme, amigos de Frank e April, são o oposto. Apesar de no fundo terem a consciência de que suas vidas estão longe da perfeição, eles tentam de tudo para reprimir esse sentimento. Essa situação é clara quando a mulher, Milly, chora 'de alívio' ao saber que seu marido concorda que todo o plano dos Wheeler de fugirem da vida suburbana é um completo aburdo. Mas no fundo, era tudo o que eles gostariam de fazer.

Leonardo DiCaprio e Kate Winslet nos apresentam atuações primorosas. Kate, sempre magnífica, transmite com sucesso todo o desespero de uma mulher presa aos padrões vigentes de uma sociedade que tira à força a individualidade do ser humano, e Leo é maravilhoso ao nos mostrar um homem preso a uma das grandes dúvidas que toma conta do homem moderno: sou feliz do jeito que sou? Será que tudo não poderia ser melhor? O que é melhor: continuar do jeito que está ou arriscar, jogar tudo para o alto?

A diferença entre os dois fica mais clara quando o plano de 'uma fuga' para Paris vai por água abaixo. April continua determinada a mudar de vida: "Não precisa ser Paris, pode ser qualquer lugar", diz ela a um amigo. Porém Frank começa a pensar que a vida deles não é tão ruim assim, agora promovido, talvez a vida como um pai de família não seja esse pesadelo todo. Mas essa diferença entre os dois acaba por provocar enormes discussões, onde a linha tênue entre o amor e o ódio é colocada à prova.

"Foi Apenas um Sonho" nos lembra bastante a obra prima de Mendes, "Beleza Americana". O tema da infelicidade é abordado de formas bastante parecidas, porém não vemos nesse filme a ironia corrosiva de 'Beleza', nessa nova obra de Mendes não há aquele sentimento de 'rir da própria desgraça', tudo é pesado, carregado de uma tristeza desesperadora. John, um homem perturbado mentalmente (interpretado muito bem por Michael Shannon), seria um personagem que poderia trazer à película esse tom irônico, porém, até suas atitudes em relação ao casal são carregadas de palavras tão desastrosamente verdadeiras, que fica muito difícil tirar alguma piada da situação.

'Foi Apenas um Sonho' é um filme com uma mensagem pessimista, junto com a boa direção de Mendes e as ótimas atuações de dois dos melhores atores dessa geração, a obra passa com sucesso essa mensagem, uma busca desesperada pela felicidade.

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Primeira Noite de um Homem, A

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"Mrs. Robinson, você está tentando me seduzir. Não está?"

Considerado um dos melhores filmes já feitos, "A Primeira Noite de um Homem" faz parte do legado dos filmes de comédia, criando um gênero que mistura sexo, romance, adolescência e drama, o filme se tornou uma lenda, pois possui tudo que um filme perfeito deveria colocar: roteiro bem escrito, atuações cativantes, direção dedicada, inteligente e inspirada, trilha sonora perfeita para cada situação.A história é assim: Mrs. Robinson é casada, e por algum motivo não gosta do marido, conhece então Benjamin, um rapaz que acabou de completar a faculdade e ela o seduz e ele se torna seu amante, mas a situação recebe várias reviravoltas, pois ele se apaixona pela filha de Mrs. Robinson, e depois os conflitos são gerados a partir das ações e reações da história.

As Atuações

A atuação dos atores corresponde a cada situação, pois o filme envolve várias situações de gêneros diferentes: o romance, a comédia e até o drama. Dustin Hoffman foi lançado para o cinema com este filme, digamos que começou muito bem que até foi indicado ao Oscar de Melhor Ator, vemos as características de Benjamin, o personagem de Dustin, nas diversas situações, ele é preocupado com seu futuro e muito inseguro nos rumos que toma, Dustin consegue atuar de formas diferentes, mas consegue continuar sendo o mesmo. A atuação de Anne Bancroft corresponde as minhas expectativas, pois ela é sensual, mas também é triste e precisa de Benjamin para esquecer isso. Katharine Ross faz Elaine Robinson, a filha de Mr. e Mrs. Robinson, ela aparece no meio do filme, mas se torna importante com sua atuação muito boa, ela não parece estar 100% perfeita no papel, mas consegue atender todas as expectativas, ela não foi perfeita, pois não apareceu tanto no filme, mas acaba tendo um papel OK.

NOTA: 10

A Direção

A direção de Mike Nichols foi a vencedora do Oscar de 1968, não sei se foi justa, pois não vi todos os filmes que foram indicados a essa categoria, mas ao meu ver ela é perfeita. Como Rodrigo Cunha diz em sua crítica, é uma aula de fazer cinema, o filme é obrigatório para futuros diretores, por causa da direção de Mike Nichols, as cenas estão muito bem elaboradas, Nichols fez com que tudo se misturasse perfeitamente, desde a fotografia até as cenas onde vemos "takes" com mudanças de cenas rápidas, esse foi o tipo de cena que influenciou muitos diretores a fazerem o mesmo que Nichols fez. A direção é o ponto mais alto da produção dos filmes, a de Nichols se mostrou a melhor direção de um filme de comédia já feito.

NOTA: 10

A trilha sonora é o acessório mais importante para construir o clímax e as cenas com emoções fortes, a trilha foi cantada por Simon & Garfunkel, as canções são divertidas de escutar e são muito boas, pois foram feitas para cada situação do filme, a canção "Mrs. Robinson" deve ser a mais conhecida, por causa da regravação do Lemonheads, a crítica que Rodrigo Cunha fez mostra bem como a trilha sonora deixou o filme mais interessante, como a cena de quando a gasolina acaba, quando a trilha acompanha a velocidade do carro de Benjamin, a cena do aeroporto tem um trilha com uma ótima sincronia, quando eu falei sobre os momentos de romance, drama e comédia na minha crítica podemos citar que a trilha sonora colabora com essas situações, o diretor deve ter adorado fazer essas montagens com as músicas, colocando-as em diversos locais tornando o filme mais divertido. A trilha sonora ganhou 2 Grammys.

NOTA: 10

Conclusão

"A Primeira Noite de um Homem" é uma obra-prima da comédia, tudo é positivo no filme até o que parece ser negativo, é uma pena que não fazem mais filmes de comédia como esse.

CURIOSIDADES:

Está rankeado na lista da AFI(American Film Institute) como:

#7 lugar na lista de melhores filmes já feitos.

#9 lugar em melhores filmes de comédia já feitos.

#52 lugar em melhores filmes românticos já feitos.

#6 em melhores canções: "Mrs. Robinson".

#17 na edição de décimo aniversário da AFI de melhores filmes.

#42 lugar em melhores frases já ditas: "Plásticos" e também em #63 lugar pela frase: "Mrs. Robinson, você está tentando me seduzir. Não está?".

Prêmios:

Oscar

Indicações

Melhor Filme

Melhor Ator(Dustin Hoffman)

Melhor Atriz(Anne Bancroft)

Melhor Atriz Coadjovante(Katharine Ross)

Melhor Roteiro Adaptado

Melhor Fotografia

Vencedor

Melhor Diretor(Mike Nichols)

Globo de Ouro

Indicações

Melhor Ator em Comédia/Musical

Melhor Roteiro

Vencedor

Melhor Filme em Comédia/Musical

Melhor Atriz em Comédia/Musical

Melhor Diretor

Carreira mais promissora - Masculino(Dustin Hoffman)

Carreira mais promissora - Feminino(Katharine Ross)

Críticas

Armageddon

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Não podia deixar de escrever aqui sobre um dos meus filmes preferidos, exatamente, eu estou na parte da população mundial que gosta de Armageddon, e gosta muito. Então lá vai.. A superprodução de 150 milhões de dólares estreou dia primeiro de Julho nos Estados Unidos e foi a maior bilheteria de 1998 nos cinemas americanos (US$ 201,578,182), mesmo assim não foi tão adorada pela crítica, e nem o público acabou tão satisfeito, tanto que até hoje o filme divide opiniões, uns só vêem erros atrás de erros no filme, enquanto outros dão nota 10. Talvez por ter sido um dos primeiros filmes sobre catástrofes (veio um pouco depois de Independence Day, outro bom filme), seja também um dos melhores, as produções mais novas que abordam esse tema abusam demais de clichês, e o cinema americano insiste em somar filmes parecidos que não acrescentam em nada, parece que agora a ordem em Hollywood é concorrer. Exemplo recente disso é a mais nova tentativa de um filme baseado nos quadrinhos de Hulk, um parecido já havia sido lançado em 2003, e o novo não acrescenta muito, como era de se esperar.

O comandante do filme, Michael Bay, não passa de um diretor médio, que vem somando filmes médios onde na maioria deles o roteiro é o grande furo. Armageddon foi apenas o terceiro filme do diretor, que antes já havia feito 'A Rocha' e 'Bad Boys', que também não são nada demais. Na maioria de seus filmes, Bay conta com bons elencos, que nem sempre são o bastante pra salvar as produções. Mesmo assim o diretor demonstra que sabe dirigir boas cenas de ações, em Armageddon não é diferente, essas cenas ficam muito boas, uma das virtudes do filme. O filme recebeu quatro indicações ao Oscar, por Melhores Efeitos Sonoros, Efeitos Especiais, Som e Melhor Canção Original (Don't Want To Miss A Thing - Aerosmith), a música ainda venceu o MTV Movie Awards de 1999 na categoria Melhor Canção e foi indicada ao Grammy, por Melhor Canção Composta Para um Filme. Nem preciso dizer que a trilha sonora de Armageddon é um grande diferencial.

As cenas são rápidas, algumas passagens não chegam a durar 1 minuto sequer, abusando de sons e efeitos especiais (a cena de destruição de Nova York é um show, como grande parte dos efeitos do filme), isso poderia ser classificado como um deslize, mas nesse filme eu acho que é mais uma virtude. As cenas aceleradas provocam uma tensão maior durante o filme, além de deixarem o telespectador grudado na tela durante os, aproximadamente, 150 minutos de filme. Um filme longo, mas que pelo roteiro, realmente precisava de mais de duas horas. Recentemente a TV Globo passou a transmitir o filme, que antes era transmitido pelo SBT, só que a Globo cortou diversas partes do filme, que eles julgaram ser desnecessário, os fãs se revoltaram. Mais uma prova que ao menos para os fãs do filme, cada minuto foi importante. Belas filmagens e efeitos sonoros e visuais são a grande marca do filme, então não vale muito para aqueles que querem ver diálogos inteligentes e bem bolados. Tenho certeza de que quem gosta de ação e tensão exagerada vai gostar do filme.

Logo aos 10 minutos do filme ficamos sabendo que um asteróide está prestes a destruir a Terra, a cena que segue começa a apresentar Harry Stamper (Bruce Willis) e seu grupo de perfuradores de petróleo, que mais tarde seriam a esperança da humanidade. A equipe formada por irresponsáveis e bem-humorados perfuradores que mais tarde seriam astronautas (tratados por muitos como o grande erro da história da NASA) segue numa viajem alucinante até o asteróide. Depois de toda essa introdução o roteiro segue com várias cenas de ação e efeitos especiais, romance e até bastante comédia, tudo isso banhado com muito drama, principalmente nas partes finais do filme, quando são usadas algumas fórmulas bem batidas para provocar a emoção no público, e não posso dizer que não dá certo. Depois de tanta ação o diálogo final de Harry e Grace é realmente emocionante, como também é comovente a relação de Charles (Wil Patton) com sua ex-esposa e filho, o filme está bem na sua parte dramática. Bruce Willis já era um ator reconhecido no cinema quando interpretou o frio Harry Stamper, na minha opinião mais uma boa atuação dele. O casal do filme, A.J. (Ben Affleck) e Grace (Liv Tyler) ficou um pouco a desejar, não demonstraram identificação com os personagens e muito menos entrosamento entre eles. Affleck ainda era inexperiente, mas até hoje continua sendo o mesmo ator superficial de Armageddon, já Liv Tyler participou de um trabalho mais significativo anos depois, Senhor dos Anéis, mesmo assim não teve grande atuação. Steve Buscemi contribui bem com a comédia, interpretando Rcokhound, o caçador de mulheres. O filme ainda nos mostra um Owen Wilson que ainda não pensava ser (ou tentar ser) tão engraçado como é hoje. Dos atores coadjuvantes os mais destacados foram Will Patton, como o braço direito de Harry, e Billy Bob Thornton, como o comandante da NASA. Na média as atuações são seguras. Por fim, Armageddon foi uma grande produção que sentiu falta de atores mais inspirados e um melhor roteiro, mesmo assim é um bom filme, com mais acertos do que erros. E para os fãs é para ver uma, duas, três, mil vezes.

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Casa Monstro, A

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Em meio a tantas produções poderosas da Disney/Pixar e Dreamworks, é sempre gratificante que surja um longa de animação que consiga sobressair-se a essa bipolaridade dos desenhos. E A Casa Monstro é um destes exemplos.

Ninguém se arrisca a chegar perto da casa do velho Epaminondas (Nebbercracker no original). Bastou pisar no gramado da casa que o velho sai à rua e bota qualquer criança para correr. Certo dia, o vizinho da frente, o garoto D.J., e seu amigo, Chowder (Bocão na versão nacional) acabam presenciando a morte de Epaminondas na frente da casa, depois que o velho reclamou da bola de basquete que Bocão, que foi parar no gramado. Após isso, D.J. tem que lidar não só com a sua intragável babá, Zee, como também com a casa de Epaminondas, que parece assombrada. E eis que a casa mostra-se um monstro bem bravo e disposto a engolir quem pisar em seu gramado. Para tentar acabar com a casa, D.J. junta-se com Bocão e Jenny, uma garota que eles acabam salvando de ser comida pela residência.

A história é bastante original e se suporta com o brilhante roteiro de Dan Harmon, Rob Schrab e Pamela Pettler, que cria uma casa impressionante em todos os seus detalhes. Além disso, o roteiro dá espaço para piadas simplesmente memoráveis, algumas que fazem doer a barriga de tanto rir. No último terço de filme, a história toma rumos surpreendentes (mas não rumos imprevisíveis) e que mudam completamente a trama, com consequências fantásticas.

Todos os personagens são bons. D.J. faz a linha garoto aventureiro, já explorada em tantos filmes. Bocão é o garoto mais atrapalhado, que sempre arranja um jeito de causar encrencas. Jenny é a garota nerd que acaba se rendendo à aventura e fica com o herói no final. Zee é a adolescente encrenqueira, que aceita o trabalho de babá só para seu deleite. Até mesmo os policiais que surgem no meio do caminho satirizam os tipos tradicionais do humor americano, incluindo um policial novato muito atrapalhado.

Os efeitos especiais são fabulosos, utilizando mais uma vez o motion capture, que Robert Zemeckis (aqui produtor) fez uso em O Expresso Polar. A composição dos personagens é caprichada, assim como os cenários, em um trabalho de direção de arte excelente. Mas o melhor é a casa: suas formas, os movimentos e o seu interior são perfeitos e adotam um jeito de monstro completamente perfeito.

A direção de Gil Kenan é um pouco insegura, mas ele leva a história até o final com força e sem perder o tom, garantindo um ótimo filme para todo o público. Para o espectador nacional, aproveite a boa dublagem brasileira, mas também veja a versão legendada e confira as vozes de gente do quilate de Steve Buscemi, Maggie Gyllenhaal e Kathleen Turner.

A Casa Monstro é diversão certa com garantia de muitas risadas e de uma sensação de uma hora e meia bem aproveitada.

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Partida, A

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[Filme levou a estatueta de Melhor Filme Estrangeiro na cerimônia do Oscar ]

A Partida foi a produção ganhadora do Oscar de Filme Estrangeiro em 2009. Isso é fato. Importante destacar que os postulantes ao prêmio não eram fracos. Senão vejamos: o longa israelense Valsa com Bashir, favorito na disputa, tinha como virtude sua originalidade. Já o francês Entre os Muros da Escola, outro forte candidato, possuía em seu favor um minimalismo sincero. Nenhum deles, entretanto, é tão aprazível quanto o filme de Yôjirô Takita. O que fez a diferença, no fim das contas, foi mesmo o apelo emocional.

Daigo Kobayashi (Masahiro Motoki) é violoncelista numa orquestra de Tóquio. Antes de quitar a dívida de R$ 180 mil pago pelo instrumento, o músico perde o emprego e suas perspectivas na capital vão pelo ralo. A solução é voltar ao interior ao lado da esposa Mika (Ryoko Hirosue) e, juntos, começarem uma vida nova. Ao corresponder um anúncio de jornal, Daigo cai de páraquedas num emprego que causa arrepios em muitas pessoas. Sua tarefa consiste em preparar um ritual aos mortos durante o funeral.

Em países do primeiro mundo, morte é uma coisa rara. Daigo nunca havia visto sequer um cadáver antes de aceitar trabalhar com o misterioso sr. Sasaki (Tsutomu Yamazaki). Na morte da mãe, estava em viagem e não pôde comparecer ao enterro. Do pai bastardo, a quem sempre odiou, sequer lembra do rosto. Sem nunca ter enterrado um familiar, restou a ele a irônica incumbência de velar os familiares dos outros. Faz isso, no entanto, sem contar a mulher, que acha que ele trabalha numa agência de viagens.

Ao se enveredar nos percalços do protagonista o roteiro de Kundo Koyama forma o molho da trama, mas exagera em alguns temperos (péssimo trocadilho). A insegurança no casamento, a aversão à figura paterna e sua nova perspectiva de vida como preparador de cadáveres são guiados com certa simpatia pelo ator. Acontece que em certos momentos ele está “um tom acima ou abaixo” do que a situação sugere, seja no excesso de afetação em largar um polvo na água ou na carência de sentimentos numa discussão com a esposa.

Há outros casos em que o apelo artístico da direção cai fora dos eixos. É claro que o violoncelo é um instrumento bonito e mais belo ainda é o som que provém dele. Só que cineasta poderia encontrar meios mais práticos de mostrar isso. Mas o que é mais desabonador no filme é quando o diretor subestima a inteligência do espectador com flashbacks previsíveis que só desgastam o desfecho comovente, assim como milhares de outros desfechos comoventes que passam diariamente na Sessão da Tarde.

Mas os deslizes acabam por aí. Também é preciso dizer que A Partida traz belas reflexões sobre a questão vida/morte, além de ter uma concepção artística impecável, munido de uma excelente fotografia e uma trilha musical que só faz vitalizar os ouvidos. Outra coisa que impressiona é certas sutilezas da cultura oriental. Um exemplo é a personagem que interpreta a mulher de Daigo. Embora tenha dentes tortos ela é tão delicada que seu sorriso se torna bonito na tela. Frases marcantes e cenas bem orquestradas, como a dos rituais de morte, compõem o mosaico de boas intenções desse bonito trabalho, que se justifica pela emoção, mesmo que educolrada.

http://blig.ig.com.br/planosequencia/

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Caramelo

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[Filme de Nadine Labaki mostra o Líbano numa versão adocicada por almas femininas]

Água, limão é áçucar formam a base do caramelo. A mistura que dá origem ao doce também é usada em sessões de depilação nos salões de beleza de Beirute. A atriz e diretora Nadine Labaki não poderia ter encontrado metáfora melhor para representar o universo das mulheres libanesas. Em Caramelo, o ingrediente que serve para adocicar a boca das funcionárias do salão é o mesmo que maltrata a pele das clientes. As contradições da utilidade do caramelo são as mesmas enfrentadas por mulheres que saem de trás do véu de costumes para levar uma vida independente.

Num trabalho bem-humorado e, sobretudo, sensual, Labaki lança mão de inúmeras sutilezas para contar a história de cinco mulheres, que dividem entre si alegrias, desavenças e dramas pessoais. O resultado é uma caprichada comédia de costumes do universo feminino. Do simples toque de celular até a chegada da menopausa, tudo pode virar do avesso.

Nesse painel de almas floridas, é Layale (Labaki), a dona do salão de beleza, a mais imatura das mulheres. Como se não bastasse morar com os pais, a garota divide o quarto com o irmão pequeno, o que dificulta o seu relacionamento sem muito futuro com um homem casado. No trabalho, não pensa duas vezes em deixar o salão para se aventurar e tampouco liga para as multas de trânsito aplicadas pelo guarda da rua, que se mostra visivelmente interessado nela. Também trabalham no salão as amigas Nisrine (Yasmine Al Masri), que anda apreensiva por ter perdido a virgindade antes do casamento e Rima (Joanna Mourkarzel), que é lésbica e se mostra atraída por uma nova cliente.

A principal freguesa da casa é Jamale (Gisele Aouad). A maquiagem pesada e as constantes mudanças de visual são os indícios de que ela sente o peso da idade. Completa o elenco das cinco superpoderosas a costureira Rose (Sihame Haddad), senhora de idade que abdicou da vida para cuidar da irmã mais velha com problemas mentais. Embora a possibilidade de um novo amor apareça no seu estabelecimento, a rotina e o medo da desilusão colocam em jogo a sua felicidade.

Mesmo trazendo assuntos espinhosos para a cultura oriental (e até para a nossa) como homossexualidade, virgindade e casos extraconjugais, o filme foi bem aceito no Líbano. Mérito da cineasta que além de ser linda, lançou essas temáticas de maneira comportada, dando certo charme à produção. Embora identificamos pelo olho, em nenhum momento a personagem lésbica menciona sua opção sexual e muito menos insinua isso para as pessoas. Cenas de beijo, praticamente inexistem. Outra questão bem abordada no filme é a naturalidade das mulheres libanesas. Poucos sabem, mas Beirute é uma das capitais mais liberais do Oriente Médio. Tanto é assim que somente as personagens mais velhas aparecem usando véu.

De todas as virtudes que o filme possui, o que mais impressiona é o elenco usado por Labaki. Exceto ela, nenhuma das outras quatro mulheres são atrizes profissionais. Custa acreditar que a tal Sihame Haddad, por exemplo, não seja atriz de verdade. Sua atuação é muito verdadeira e mesmo que a pessoa se esforce, é difícil representar com tanta naturalidade na frente de uma câmera ligada. E é por essa simplicidade e essa cumplicidade com a vida comum que Caramelo arrebata qualquer ambição que não seja a de ser um filme divertido e comovente.

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