Claramente um produto que surge do interesse comercial em ampliar um universo e criar todo espetáculo visual que o icônico encontro possibilita. E acaba que a ação é até bem filmada por Wingard, ele sabe bem utilizar as dimensões surreais dos titãs e todo espaço em torno deles como palco de destruição, reconhecendo a capacidade gráfica do material.
Mas o que acomete Godzilla vs Kong é a forma que sustenta esse interesse pelo seu lado performático, parecendo querer justificar o tempo todo seus momentos de pura ação com um drama ao lado o acompanhando. E quando vai por este caminho de observar personagens transitando nesse contexto caótico se perde completamente, por que não se entrega inteiramente a eles e nem os abandona por vez para focar no que realmente interessa.
A habilidade do diretor em lidar com a ação não se repete quando olha para as tramas pessoais, nenhuma imagem chega muito perto de transmitir qualquer sinceridade e o resultado dessas incertezas torna o filme irregular o suficiente para afogar o seu lado positivo voltado ao espetáculo fantástico. Talvez devesse se livrar de vez do que rodeia o confronto e focar apenas nele e assim funcionasse mais organicamente e todo potencial imagético se concretizasse.
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