Star Wars: Episódio VII - O Despertar da Força
Me perdoem por estar escrevendo mais uma vez sobre um sci-fi, mas não poderia deixar de dar as minhas impressões sobre O SCI-FI mais aguardado do ano, continuação de uma das franquias mais amadas e respeitadas de todos os tempos, e que foi capaz de influenciar não só importantes cineastas da atualidade, mas toda uma geração! Como era previsível, a estreia de Star Wars: Episódio VII foi bastante celebrada no mundo inteiro, principalmente pelos fãs mais antigos, afinal, foi necessária uma espera de 32 anos para que pudessem descobrir o que viria após o empolgante fechamento mostrado em 'O Retorno de Jedi' (1983). Tal como em um show de um artista pop, aficionados acampavam em filas quilométricas, usando suas máscaras de Stormtroopers ou de Mestre Yoda, segurando sabres de luz e usando suas camisetas personalizadas, para terem acesso a concorridíssimas sessões de pré-estreia que aconteciam durante as madrugadas da semana. Há algum tempo não víamos isso acontecer, para nenhum filme.
Todo esse agito e todo esse "hype" podem parecer exagero, mas nas décadas de 70 e 80, época de lançamentos de grandes "blockbusters" como 'Tubarão' (1975) e 'De Volta para o Futuro' (1985), era comum essa mobilização. A empolgação das crianças e até mesmo dos adultos era bastante expressiva; as estreias eram verdadeiros eventos! Com Star Wars foi sempre assim, inclusive com os filmes mais novos. O que temos com o 'Episódio VII' é um resgate dessa emoção, daquela velha sensação que tende a esmaecer à medida que envelhecemos.
A cronologia da série pode parecer um pouco confusa para quem está acompanhando agora. São sete filmes (contando com esse), sendo que os Episódios IV, V e VI (a trilogia clássica) foram lançados primeiro (1977, 1980, 1983). George Lucas (o criador da saga) anos depois anunciou uma trilogia "prequel" (que contaria o que ocorreu antes do primeiro Episódio), portanto renumerando os filmes com o "IV", "V" e VI" em seus relançamentos nos anos 90. Os Episódios I, II e III lançados posteriormente (1999, 2002, 2005) também foram grandes sucessos de público, trazendo toda a origem de um dos vilões mais icônicos da história do cinema: Darth Vader. Então, o 'Episódio VII - O Despertar da Força' se passa alguns anos após os acontecimentos do sexto capítulo, justificando assim o retorno de boa parte dos personagens originais tão queridos, como Han Solo (Harrison Ford), Princesa Leia (Carrie Fisher) e Luke Skywalker (Mark Hamill), só que bem mais velhos. Claro que a estratégia serviu como um bom marketing, atingindo em cheio o coração dos fãs.
"Chewie, we're home!"
A nostalgia que sentimos durante o filme se reforça à medida que outros personagens antigos vão surgindo, e mesmo nem sendo humanos ou sequer seres "vivos", conseguem incitar as mais exaltadas reações do público (fazia tempo que não presenciava tanta euforia em um cinema comercial convencional). Apenas para exemplificar, temos os clássicos robôs C-3PO e R2-D2 (apesar da pequena participação), e ainda o Chewbacca (adoro!!), com seu grunhido inconfundível. Mas, em se tratando de carisma, os novos personagens não ficam atrás em relação aos antigos! A nova dupla protagonista, Finn (John Boyega) e Rey (Daisy Ridley), interpretados por atores ainda considerados desconhecidos, demonstraram boa afinidade e uma energia que encaixou bem com o contexto daquele universo. Mas dessa vez, a figura feminina é destaque dentro da obra, ganhando uma importância na trama que talvez seja inédita dentro do histórico dos filmes de Star Wars. O personagem Finn, apesar de obviamente ter um "peso" para a história, provavelmente dirá a que veio apenas nos próximos capítulos. E claro, há o robô BB-8, uma espécie de R2-D2 em formato de esfera, um “droid” copiloto de espaçonaves cheio de simpatia, que nos conquista prontamente. Com o sucesso entre as crianças, certamente irá virar brinquedo e venderá horrores!
Ainda em relação aos personagens novos, temos os vilões. Kylo Ren (Adam Driver) surge representando o "lado negro da força", e assim como Vader, é uma figura sombria, de vestes pretas e máscara intimidadora, portando um curioso sabre vermelho. A princípio, a revelação da face de Ren causa estranhamento (já que vai contra toda a atmosfera criada para o personagem), entretanto, após um pouco de reflexão, percebe-se o intuito, de mostrar uma fragilidade, uma aparente fraqueza de uma força sombria ainda incompleta. Alguns têm criticado a falta de grandiosidade da figura do vilão. Contudo, acredito que assim como Vader, sua importância crescerá ao longo dos próximos Episódios.
“I will finish what you started”
‘Episódio VII’ não foi dirigido pelo criador da saga (George Lucas), mas sim pelo cineasta Jeffrey Jacob Abrams (J. J. Abrams), famoso por ter criado o seriado ‘Lost’ e também por ter dirigido os dois mais recentes ‘Star Trek’. A sua grande experiência na condução de cenas de ação e no emprego de efeitos visuais fez desse novo Star Wars um filme, além de bastante frenético e divertido, bonito de se assistir. Todas as criaturas estão incrivelmente realistas, das menores até as mais gigantescas. As batalhas com as espaçonaves de guerra estão excelentes, bastante empolgantes, com lasers e explosões por todos os lados. Ainda assim, Abrams não pesou a mão no uso do CGI, recorrendo em vários momentos a cenários reais, objetos reais, dessa forma equilibrando bem a composição das ambientações.
Apesar das inúmeras qualidades já citadas, alguns pontos não tornaram a obra perfeita. Dentre eles, está a falta da lógica em algumas situações (afinal, não é porque estamos tratando de uma ficção que podemos aceitar tudo), e o que mais incomodou foram os excessos de coincidências, mais especificamente a questão da localização dos personagens. Muitos encontros ocorreram como se aqueles lugares imensos (às vezes, planetas!) fossem minúsculos. Outro ponto a destacar é a semelhança do enredo deste com o enredo do Episódio IV. Pessoalmente, não achei tão igual quanto a crítica especializada aponta, mas se analisarmos o todo, há sim vários eventos em comum, mas isso não prejudica o filme em si. Porém, espero fortemente que nos próximos capítulos a história tome rumos cada vez mais divergentes, mas sem perder a essência e o impacto.
“May the force be with you”
Enfim, este primeiro Episódio mostrou grande potencial para os dois próximos filmes que estão por vir (o seguinte está marcado para estrear já em 2017), e que com certeza continuarão a quebrar recordes de bilheteria mundo afora. Os acontecimentos no ‘Despertar da Força’ são suficientes para levar os fãs mais loucos às lágrimas. Muito ficou para ser explicado posteriormente, o que ajudou a aguçar a curiosidade do espectador. Espero que os próximos diretores (se de fato houver mudança na direção) continuem esta franquia da forma como Abrams a iniciou: revigorante, nostálgica e muito divertida!
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