Certos filmes ao longo da história do cinema podem ser chamados de fenômenos culturais. Isso ocorre quando eles se transportam para outras mídias, como videogames, camisas, quadrinhos, chaveiros, series e dependendo do gênero, desenhos e vários outros produtos. As vezes não são obras-primas, nem unanimidade entre críticos, mas possuem determinadas características e qualidades que terminam por conquistar gregos e troianos. Se esses fatos se realizarem meu amigo, aí já era, verdinhas para os criadores, fãs satisfeitos e sucesso e reconhecimento ao redor do globo. Isso geralmente ocorre entre crianças, adolescentes e jovens adultos e como exemplo desses fenômenos culturais podemos apontar "As Tartarugas Ninjas", "Robocop", "Mortal Kombat" e inúmeros outros, mas talvez o maior fenômeno que se enquadre nesse tipo seja a saga "Star Wars", que faturou bilhões e ainda fatura muito dinheiro mundialmente. Acredito que pela história que tenha feito e honrado ao longo do tempo "Ghostbusters" se encaixa com louvor nessa categoria.
A principio o filme já se torna um fenômeno justamente pela icônica "Who You Gonna Call?", que com uma melodia marcante e harmoniosa e um refrão mais grudento que chiclete barato, a música de Ray Parker Jr. foi indicada ao Oscar na categoria de melhor Canção Original e ainda por cima tocou em rádios chegando a atingir o 1º lugar na Billboard. Era preciso um mascote simpático e cativante e então ganhamos Slime, um fantasma verde e frenético. Um veículo era necessário e contrariando o glamour e sofisticação do bat-móvel nos é proporcionado o rabecão branco, batizado de Ecto-1 com um visual unico. Um quarte general ao estilo do Edifício Baxter é utilizado pela equipe, bom, bem mais simples e humilde pra ser sincero, mas ao menos tinha um estilão dos prédios do corpo de bombeiros que fazia com que qualquer criança quisesse se aventurar por ele. Além de Slime, temos um vilão que por mais que seja maligno, tem um carisma gigantesco. O 'Boneco de Marshmallow' da marca fictícia 'Stay Puft' conquistou corações e até mesmo a própria equipe formada pelo trio desastrado e desajustado de parapsicologistas são um show a parte com seus uniformes característicos e logotipo ilustre a lá linguinha do Rolling Stones e voulá! Temos o fenômeno criado!
Certas combinações são necessárias para que haja acerto na produção. A história, desde o inicio partiu da mente de Dan Aykroyd que inicialmente havia escrito o personagem Winston Zeddmore para Eddie Murphy e que acabou ficando para Ernie Hudson, Peter Venkman que foi para o sempre excelente Bill Murray e Louis Tully que foi planejado para John Candy acabou indo para o hilário Rick Moranis. Ironia do destino ou intervenção paranormal, a verdade é que hoje ninguém consegue imaginar outras pessoas esses caras para os respectivos papeis. Outra mudança também foi crucial para o sucesso do longa. Originalmente Aykroyd queria o grupo já formado e tocando o terror na fantasma por aí, mas foi o diretor Ivan Reitman quem sugeriu que seria melhor acompanhar os primórdios e a formação do grupo o que acabou ficando infinitamente melhor. Esses encaixes e desacertos que se transformaram em grandes acertos refletiram na bilheteria do filme. Mundialmente, o longa arrecadou mais de US$ 300 Milhões de dólares e em agosto de 2014 o filme foi relançado nas terras do Tio Sam.
A ideia da película surgiu da fascinação de Aykroyd pela paranormalidade e foi concebida junto a seu grande amigo que viria a falecer, John Beluschi, ainda nos tempos de Saturday Night Live. Como eu disse no paragrafo anterior, a premissa original era extremamente diferente do corte final visto na tela, pois continha viagens no tempo, uma equipe fodona tipo SWAT e um uniforme super equipado, contendo até capacetes com visores. As mochilas de prótons a principio seriam bastões em torno dos braços dos caçadores e o carro seria uma visão futurista de um Fórmula 1. Graças a Deus essa parafernália toda foi substituída e pra se ter ideia do sucesso que o filme foi, a fita ganhou até uma atração no parque temático da Universal na Flórida que era exibido até o ano de 1997 e também gerou um tanto de verdinhas para os produtores. O filme enfrentou grandes problemas a cargo do nome utilizado pois uma outra série animado exibida na década de 70 que possuía o nome de "The Ghost Busters" e a saída dos produtores da Universal foi patentear e utilizar o nome "Ghostbusters", tudo junto, mas isso não conseguiu prevenir um processozinho de leve, só pra quebrar o gelo...
Mas bem, apesar desse estrondoso sucesso o filme não é uma obra-prima e possui alguns deslizes, como o roteiro com vários furos, talvez pelo fato da história ter mudado talvez vezes o que acaba faltando muita coesão a trama e a entrada de Winston como o quarto membro da equipe é muito mal trabalhada e de certa forma, muito mal utilizada. Que me chamem de racista, mas talvez a entrada dele se deve exclusivamente a pressões para que a obra fossem mais ampla e pelo tal padrão de inclusão racial que existe, mesmo que o filme tenha sido feito nos anos 80 que cá entre nós, foi uma década em que o politicamente incorreto dominava, mas mesmo assim, os estúdios devem ter sofrido uma intimidação muito grande por parte dos órgãos responsáveis e até mesmo da população no período da produção do filme. A fotografia é muito escura e mesmo que isso tente determinar a urgência e a tensão do filme, atrapalha em determinadas sequencias.
O filme se arrasta um pouco após o desenvolvimento dos parapsicologistas. Não que a fita seja longa, longe disso, mas é que a partir da entrada do personagem de Dana Barrett, a construção do enredo que envolve o seu apartamento mal-assombrado parece durar duas horas. O filme até então tinha uma estrutura bem simples e fácil de se assimilar, mas após a entrada de Dana a trama adota um complexidade inexplicável que contradiz com o inicio cômico da película. É adotado um clima serio que não condizia com um ar alegre e até mesmo leve que era mostrado na tela. O clímax também é muito longo, sem dinâmica entre o grupo, fato conjuntamente inexplicável, visto que até então era visto uma química impar entre eles. Aykroyd nasceu para a comédia e ele dominou tudo durante os anos 80 e "Os Irmãos Cara de Pau" é outro marco em sua carreira. Moranis é outro que explode sua veia cômica e arranca bastante gargalhadas do publico, mas quem da um show mesmo é Bill Murray. Completamente a vontade na pele de Peter Venkman, fica a impressão que ele está constantemente improvisando seu papel e que não existe nenhum texto decorado.
O filme mostra ser um típico exemplar da década de 80, com sua direção de arte bem precária, apesar de extremamente bem filmada por Reitman e apresentar alguns efeitos especiais bem instáveis, no geral, esses poucos escorregões da obra, não comprometem o excelente resultado final da produção. Além dos desenhos animados e vários outros derivados da franquia, o filme ganhou uma tardia continuação em 1989 e um 3º episódio é mencionado pela mídia constantemente. Nos trailers de exibição nos cinemas norte-americanos em 84 era mostrado um número de telefone dos Caça-Fantasmas e quem ligava escutava um frase "Olá! Nós estamos capturando fantasmas nesse momento". Na época, esse número de telefone recebia uma média de 1000 telefonemas por hora! E isso ocorreu durante umas seis semanas aproximadamente. Isso é um acontecimento que definitivamente as gerações atuais nunca irão saber o que é... Pena pra eles...
Nossa, o texto está com erros grosseiros de pontuação...
Pra esse eu já taco um 8,0. Sou fã. Tenho a música tema no celular.
Quanto aos erros, amigo Lucas, pontuação não é nada. Pior fui eu que estava preparando 3 textos para cada um dos filmes da série Jurassic Park e acabei postando os rascunhos ao invés dos textos prontos!
Mais uma vez, vc levantando minha alto estima caro Cristian, mais uma vez, muito obrigado!