Alguns raros casos, a 2ª parte de uma franquia ou trilogia se torna melhor que o filme original e um desses casos é "Mad Max 2 - A Caçada Continua", processo ocorrido para o filme foi o mesmo de "Evil Dead", que o primeiro longa em porte, foram rodados na marra com pouquíssimo orçamento disponível, mas que se tornaram enorme sucesso de publico, critica e bilheteria. Então, George Miller, diretor do primeiro filme, agora consegue realizar um trabalho melhor do que sua película de estreia, já com maior amadurecimento emocional e profissional e também com um pomposo valor acessível para rodar e continuar expandindo seu universo, a fita apresenta aspectos melhor retratados e claro, Mel Gibson. Na verdade, Mad 2, se mostra uma espécie de sequencia/prequel/ do primeiro filme e com dimensões bastante similares ao filme original, o que pode e irá incomodar muita gente, mas que de toda forma, as qualidades da película superam os vários deslizes que possui, se tornando uma experiência incomoda e empolgante ao mesmo tempo...
Num futuro não muito distante, o bem mais precioso da terra passa a ser a gasolina, em virtude de uma guerra nuclear que acabou com os campos petrolíferos do Oriente Médio. Com o precioso combustível é possível se deslocar, fugir ou perseguir alguém. Sem ele, não é possível conseguir nada. É quando Max, um homem misterioso e amargurado pelo terrível passado, decide ajudar uma comunidade a defender sua refinaria contra uma gangue de motoqueiros em troca de gasolina. Com essa premissa, vemos o tom critico que Miller adota para sua narrativa, abordando a ganancia em cima dos ditadores da gasosa e o que a escassez desse derivado pode causar a uma sociedade. Obviamente, se produtos e mercados alternativos fossem criados lá em décadas passadas, para substituir ou amenizar o consumo do petróleo, o seu esgotamento não iria acontecer, porque pode ter certeza meu caro, um dia o combustível do fóssil vai acabar e pelo andar da carruagem, nossa sociedade pode ser bem similar a vista na vida de Max, pode parecer que não, mas mesmo distorcido o tema permanece atualizadíssimo.
Miller demostra seu crescimento técnico como diretor, ao retratar avidamente os resultados daquela sociedade já desumana e cruel ao não poupar crueldade aos olhos do espectador, quando por exemplo exibe os corpos mutilados e despedaçados na trajetória de Max e uma forte cena de estupro e várias, várias outras atrocidades cometidas pelos seres cruéis daquele povo. Miller conta novamente com o exímio trabalho de fotografia de Dean Semler, que explora muitíssimo bem o deserto árido e sem vida em que permeia a vida de Max. Graham Walker, responsável pela direção de arte conjuntamente imprime veracidade aquela realidade ao captar com precisão as perseguições nas estradas e exibir detalhes minuciosos nas locações como o ônibus que funciona como portão e toda a estrutura interna da refinaria. Destaque positivo a parceria de Miller com a responsável pelo figurino, Norma Moriceau. Moriceau emprega roupas brancas para a comunidade da refinaria e vestimentas pretas as gangues, simbolizando uma alusão de conflito entre o bem e o mal.
Mel Gibson repete a atuação mediana do primeiro filme. O roteiro, escrito por Miller, Terry Hayes e Brian Hannat ou seja, seis mãos, o que reza a lenda não é boa coisa, e aqui se mostra verdade novamente. Os pouquíssimos diálogos são risíveis e contribuindo para prejudicar ainda mais o texto pobre. O elenco de apoio também não ajuda, mas a produção não investiria nisso né? Somente nomes desconhecidos com interpretações caricatas e com expressões dignas de uma boa comédia. Mas apesar do personagem não exigir muito e Gibson não ser um ator formidável, a repetição do trabalho razoável do primeiro longa segura as pontas. Max é alguém que praticamente não fala, e o ator transmite muito bem a amargura do nômade, que claramente evita o contato com outras pessoas, como podemos notar quando se recusa a ficar na refinaria, isso devido as perdas de Max no passado, sua única companhia é um cão pois ele não fará perguntas e não exigira muito do mesmo.
O mundo pós-apocalíptico da fita serviu de expoente para varias outras produções, inclusive filmes recentes, como "A Estrada" e "O Livro de Eli", "Eu Sou a Lenda" e até mesmo em "Wall-E". Miller conseguiu esboçar o desespero de maneira bastante verossímil, mas se perdeu totalmente no terceiro capitulo da saga que descambou totalmente para um besteirol sem sentido. A trilha sonora é bem estranha e esquisita. Composta por Brian May, o compositor australiano usa tons em momentos desproporcionais e causa um pouco de incomodo no decorrer da trama. Na cena ápice da fita, a montagem frenética, de cortes rápidos, planos aéreos e cortes fechados no rosto de Mel Gibson, o trio Michael Balson, David Stive e Tim Wellburn acertam em cheio ao transmitir a tensão em uma angustiante corrida, alternando as cenas dentro e fora do caminhão com direito a muita câmera lenta e muita ação.
Com alguns deslizes aqui e ali, "Mad Max 2 - A Caçada Continua" se tornou um sucesso estrondoso na época de seu lançamento e catapultou de vez o australiano Mel Gibson ao alto escalão na terra do tio Sam. Talvez esse não seja tão comentado quanto o primeiro, devido ao outro filme ter se consagrado como um cult, mas esse exemplar aqui é muito superior. Exibindo um futuro ainda mais sombrio que no primeiro filme da série, conta com um visual singular para despejar no espectador uma chuva de sensações, e com isso, fazer com que ele jamais saia indiferente ao que viu. A jornada de Max não termina e sua amargura continua. O termino do filme é bastante primoroso, principalmente ao apontar uma tática inteligente adotada pelo grupo da refinaria. Superior ao original, essencial para os amantes de filmes de ação e sci-fi...
Obrigado mais uma vez amigo cinéfilo! Espero que o próximo capitulo da fita tire um pouco das lembranças de Mad 3, já que possui Miller novamente na direção e Tom Hardy, que pelo menos pra mim é um ator exemplar!
Venho gostando bastante do Hardy. Nem sei se vou assistir esse, meu caro. Mas vamos ver....
Minha namorada é fãzaça da Tina Turner, aí já deu pra ver né...
kkkkkkkkkkk... Ah, essa Tina Turner, nem no filme ela sofre tanto quanto sofreu nas mãos do Ike...
Ela é a versão feminina do Max....