Ah, meu xara! Após o sucesso estrondoso do 1º filme que na realidade cronológica é o 4º, Lucas já tinha o cofrinho cheio, milhares de fãs resumidamente sucesso mundial e a generosidade do diretor foi além, contemplando boa parte do elenco e equipe de proteção com seus lucros exorbitantes. Bem, o andar da carruagem você já sabe o resto é história. Já nesse filme, nada mais precisava ser explicado, as estrelas já haviam sido devidamente apresentadas para o público e os 'nerds' tinham outro sentido em suas vidas. Uma coisa que Lucas fez e deveria ter feito para o episódio 6, foi ter passado a direção para Irvin Kershner seu tutor, isso foi devido ao grande envolvimento de Lucas na produção de marketing dos enúmeros produtos relacionados ao universo Star Wars e outra pela grande confiança que Lucas tinha com seu mentor dos tempos da juventude. "Star Wars Episódio V - O império Contra-Ataca" é o melhor filme da franquia...
O filme começa no planeta gelado com Luke sendo capturado e quase virando refeição de um monstro das neves gigante. Em sua fuga, Luke recebe um chamado de Obi Wan, que lhe instrui a ir ao planeta Dagoba para encontrar Yoda. Han Solo vai a sua procura e o encontra quase congelando, mas consegue salvá-lo. As tropas imperiais desembarcam no planeta espantando os rebeldes com seus monstruosos AT-ATs, verdadeiros camelos robóticos de muitos metros de altura. Solo, a princesa e C3PO, na batalha que se segue, acabam se separando de Luke e R2D2. Solo leva a Falcon para um campo de asteroides, para despistar os caças imperiais, onde encontra uma caverna para se esconder enquanto Luke despenca em Dagoba – e acaba descobrindo que está dentro de um verme gigante. Assim, temos duas linhas narrativas acontecendo ao mesmo tempo na tela. A jornada de Luke para virar um Jedi enfrentando seus medos e descobrindo os poderes da força com o mestre Yoda e a parte de Luke e Leia, que vão parar em uma cidade flutuante no meio das nuvens onde encontrarão outro personagem conhecido da série, Lando. Os dois estão sendo perseguidos pelo caçador de recompensas Boba Fett, contratado por Vader para os encontrá-los.
Keshner dá um show tanto nas cenas de ação quando no recurso dramático da fita. O diretor nos leva por dentro de asteroides e em volta de planetas com incrível realismo, graças também ao excepcional trabalho de efeitos visuais da 'Industrial Light & Magic', além da montagem ágil de Paul Hirsch e Marcia Lucas, que aumenta o clima de urgência. Nestas sequências, vale prestar atenção também no incrível trabalho de som e efeitos sonoros, que nos permite identificar cada barulho de tiro, cada fala dita pelos personagens e o som das naves cortando o espaço. O som se destaca também na tensa seqüência do congelamento de Han, através do barulho das máquinas trabalhando. a direção de fotografia de Peter Suschitzky, que realça inicialmente cores frias (com muito gelo e neve na seqüência inicial) que gradualmente são alteradas para tons obscuros (com a predominância do preto), realçando o clima mais sombrio deste segundo filme. Os figurinos de John Mollo, além de criarem o visual marcante de Darth Vader, ajudam na ambientação do espectador ao universo “Star Wars”, através das roupas espaciais dos personagens. Obviamente, a direção de arte (créditos para Leslie Dilley, Harry Lange e Alan Tomkins) também colabora, ao criar o visual arrebatador de cidades incríveis, como aquela em que vive o divertido e ambíguo Lando Calrissian, interpretado com carisma por Billy Dee Williams. Finalmente, a trilha sonora marcante de John Williams está novamente presente, agora com uma variação interessante quando Darth Vader está em cena...
Claro que o filme envelheceu. Maquetes, miniaturas, fundo azul, animações, stop motion e recortes se proliferam pela tela, seguido de marionetes e pessoas vestidas de fantasia de monstros, para desespero de quem é fã das peripécias impossíveis e dos feitos inimagináveis da computação gráfica atual, ou moleques sem tato para o cinema. O próprio Yoda, aliás, não consegue escapar dos trejeitos de um boneco ventríloquo desengonçado, mas isso é o que mantém parte do charme e a beleza da produção. Não dá para exigir nada das atuações. Harrison Ford é o mais canastrão e parece se divertir com tudo e o boneco Yoda é mais expressivo que Mark Hamill. Mas apesar desses "defeitos" da película, Star Wars é clássico e obra-prima que bota muito "John Carter" de hoje em dia no chinelo...
O roteiro de Leigh Brackett e Lawrence Kasdan, baseado obviamente em história e argumento de Lucas, mostra logo na introdução seu tom obscuro, quando informa que as forças do império forçaram a fuga dos membros da resistência de seu planeta, contrariando o final alegre do primeiro filme. Além disso, o arco dramático de Luke Skywalker finalmente se completa, no momento da bombástica revelação de Darth Vader, que explica uma série de situações insinuadas sutilmente até então. A importância do pai de Luke para Kenobi e para o universo fica clara e o jovem sabe, a partir daquele instante, que passará a viver um intenso conflito interior na busca da defesa do universo. Essa com certeza, uma das cenas mais parodiadas do cinema...
Dessa vez concorrendo ao Oscar em 4 categorias, Melhor Trilha Sonora, Melhor Direção de Arte, Melhor Som e Melhor Efeitos Visuais/Especiais, acabou levando a estatueta pra casa nas duas últimas, “Star Wars Episódio V: O Império Contra-Ataca” apresenta um momento histórico do cinema, parodiado inúmeras vezes desde então, que é capaz até hoje de chocar aqueles que jamais ouviram falar desta revelação. Com sua atmosfera sombria e seu final obscuro que, ao contrário do longa anterior, deixa o terreno preparado para sua continuação, George Lucas arrebatou de vez os corações cinéfilos e os deixou mais que ansiosos para acompanhar o encerramento desta verdadeira saga espacial...
Definitivamente, o melhor filme da saga Star Wars.
" Star Wars é clássico e obra-prima que bota muito "John Carter" de hoje em dia no chinelo..." [2]
Parabéns, Lucas, pelo texto e pela achacação com essa bosta de John Carter.
Haha, valew caro Cristian,,,!