Uma divertidíssima Comédia Dramática Francesa que me fez lembrar das Italianas justamente pelo pano de fundo da trama: uma casual reunião em família. Eu citei que também é um Drama? Não, não é! Só se focar com um olhar politicamente correto. É porque nesse jantar muita roupa suja será lavada. Não vai ficar pedra sobre pedra. Assim, abstraiam esse pensamento para aproveitar a diversão com esse barraco em família. Até porque se as pessoas envolvidas pesarem como algo catártico irão remover muita tralha inútil da mente. Ou, como bem disse a anfitriã: “Uma noite onde ninguém tem que pedir perdão a ninguém!” E ligue o fuck you!
Todos irão se tocar que estavam seguindo a máxima de um peso para duas medidas. O que me fez lembrar do filme de Polanski, “Deus da Carnificina“. Até o cenário com a lareira de fundo numa alusão de que tinha lenha alimentando essa fogueira. Tinha muita coisa engasgada pronta para eclodir. Onde o tempero desse jantar começou a desgringolar já na cozinha. Embora sentisse prazer em preparar todo o jantar, Elisabeth (Valérie Benguigui) já estava adentrando numa terceira jornada de trabalho naquele dia. Que além dos cuidados da casa, tinha o ser professora primária. Nem ajuda do marido, Pierre (Charles Berling), obteve para esse jantar.
Com isso os primeiros convidados quando chegam a pegam ainda terminando o jantar. O primeiro a chegar foi Claude (Guillaume de Tonquedec), um amigo de infância da família de Elizabeth. Amigo e confidente dela. Claude comparece sozinho, e até pelo seu modo de ser será posto na fogueira. Cordato e muito gentil, acabará explodindo uma bomba no colo dela e do irmão desta, o Vincent (Patrick Bruel).
Vicent causa uma certa inveja nos demais, pois mesmo não tendo nem levado os estudos a sério, foi o que se deu bem financeiramente. Levava uma vida meio de playboy quarentão até conhecer Anna (Judith El Zein), uma empresária bem sucedida. Após um ano de casados decidem ter um filho. Anna será a última a chegar, quando a discórdia parecia estar apagando, mas na realidade estava em banho-maria.
Para todos quem começou mesmo a discórdia foi Vicent. Que para ele fora uma simples brincadeira com o cunhado. Mas o que quis mesmo foi atazanar a erudição do Pierre. Conscientemente sabia que o outro iria fazer toda uma preleção com o suposto nome que Vincent escolheu para o filho. Anna estava grávida de cinco meses, e nesse dia por uma ultrassonografia ficaram sabendo o sexo do bebê.
Qual-e-o-Nome-do-Bebe_01Pois é! Um nome como pivô. Pensar que um simples prenome fez aflorar: ressentimentos, cobranças, inveja, desânimo, omissões, falsidades, preconceitos, conceitos, segredos… E no que prometia ser um feliz jantar entre eles. Mas que resultou numa apimentada reunião. Mostrando que nem todas as verdades devem ser ditas. A sociedade, ou mesmo na intimidade de um lar a sinceridade não é de toda bem-vinda. De aparências construídas muitos assim preferem viver; se ver.
A bem da verdade o tempo nos coloca como platéia, sem julgar ninguém. Nem mesmo o esteriótipo que o outro tão bem encarna, já que o faz até por força da própria sociedade. As pressões do dia-a-dia o leva a agir assim, meio que ligando o automático. Mal percebendo que acabou se perdendo da sua própria essência ao não assumí-la, nem na intimidade. Ou que não soube canalizar essa sua essência para ser o que é sem se importar com o que os outros pensam de si. E se o outro quer viver, ou não ver que vive esse tormento, isso é um problema dele.
Então, é isso! Roteiro, Direção, Elenco… tudo mais fazem de “Qual é o Nome do Bebê?” um filme redondinho sem nada a retocar. Nem a longa duração tira a atenção. Nem por querer chegar ao desfecho, mas sim em acompanhar todos os segredos que os personagens vão revelando ao longo dele. Um filme que tão logo acabou me deu vontade de rever. Porque há muitas falas. Daí, revendo se pode acompanhar melhor perfomances e cenário. Até mesmo os locais mostrados logo no início do filme. De uma Paris bem sinistra por mostrar que aquelas belas fachadas escondem muita sujeira.
Por: Valéria Miguez (LELLA).
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