O dono da loja reconhece o casal procurado por assalto a banco e chama a polícia. O homem tranquilamente vai à loja de armas mais próxima e compra um rifle calibre 12 e uma caixa de munições. A polícia chega. O que acontece a seguir é uma cena marcante na qual Steve McQueen destrói um carro patrulha com disparos de 12. Puro momento Jack Testosterona. Se fosse possível um blockbuster no estilo “Os Mercenários” para a galera da década de 70, a escalação dos profissionais da morte traria como principais Steve Mcqueen, Clint Eastwood, Charles Bronson e Ryan O’neal.
Cumprindo pena por assalto, Doc McCoy (Steve McQueen) tem sua liberdade condicional negada, o que o leva a apelar para os favores de um político influente. Em troca, deverá participar de um roubo a banco organizado por ele e seu irmão. Mas os acordos e alianças são logo desfeitas, revelando uma trama que ou o levará de volta à cadeia ou ao cemitério, o forçando a uma corrida contra o tempo e contra todos rumo à liberdade.
Em resumo, o filme é ótimo. Os Implacáveis inicia mostrando uma sequência rápida de cenas que apresentam como é a vida de McCoy na cadeia. Enclausuramento, horário controlado e trabalho forçado. O homem é comparado a uma máquina, vivendo em uma rotina que levará a loucura lentamente. Essa sequência se torna ainda mais eficiente por conta do som intermitente de máquinas funcionando, construindo o clima de claustrofobia de McCoy. No auge do desespero, pede a sua esposa, Carol (Ali MacGraw) que contate Baynon, um político influente e corrupto. Mulher linda junto a homem poderoso leva a um resultado previsível. Ao sair da cadeia, vemos um homem abalado psicologicamente, se esforçando para recuperar a autoconfiança. Como apenas os corajosos fazem, mesmo com medo, não hesita em cumprir o acordo. Mas todos parecem ter seu próprio plano B. O que acompanhamos em seguida ao assalto é uma fuga desesperada do casal para o México, caçados pela quadrilha de Baynon, por um ex-comparsa psicótico (que parece até parente do tripa seca) com o plano de ficar com todo o dinheiro e por toda a polícia que encontrar pelo caminho. O diretor Sam Peckinpah soube construir cenas de ação carregadas de tensão, além de apresentar o relacionamento conflituoso entre o casal de fugitivos de modo que a própria Maria da Penha reviveria péssimas lembranças. Não que sejam cenas tão violentas, mas as ativistas dos movimentos feministas fariam bons protestos por conta da exaltação de ânimos que vive a sociedade no momento. Os Implacáveis ganhou um remake em 1994, desta vez com Alec Baldwin e Kim Basinger nos papéis principais. Apesar de seguir basicamente o mesmo roteiro e apelar para mais balas e cenas de sexo, o resultado é um filme burocrático que perde em tudo para o original. Trocar McQueen por Alec Baldwin é como trocar os Stones pelo Oasis.
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