O Brasil tem uma indústria ( se é que podemos chamar de indústria) cinematográfica no mínimo tímida se comparamos com Hollywood ou até mesmo com o cinema indiano e argentino. De fato a tecnologia brasileira não está á altura das ótimas atuações, roteiros e profissionais que se desdobram para apresentar bons filmes com pouquíssimos investimentos, uma prova disso é o célebre longa-metragem “As melhores coisa do mundo”, com a direção de Lais Bodanzky, roteiro e adaptação de Luiz Bolognenesi e distribuição de Warner Bros, baseado na série de livros “Mano” de Gilberto Dimenstein e Heloísa Prieto, nos faz acreditar em um próspero futuro para a mais encantadora e surpreendente das artes , desta vez destacando a Brasil e os brasileiros.
Lançado em 2010 “As melhores coisas do mundo”, conta a história de Mano( Francisco Miguez), um jovem de classe média filho de Camila(Denise Fraga -melhor coadjuvante da história) e Horácio(Zé Carlos Machado) que no decorrer da história assume a homossexualidade e causa uma enorme reviravolta na família, sobretudo em Pedro(Fiuk- interpretação terrível) irmão mais velho de Mano que também tem seus dramas pessoais , pois é traído por sua namorada , por quem ele era extremamente fascinado, após isso ele entra em depressão e tenta o suicídio, entretanto é curiosamente impedido pelo namorado de seu pai.
O roteiro também aborda conflitos de amizade, de amores juvenis, rebeldia e ética, porém o filme tem como foco principal a fato de que as melhores coisas do mundo, podem ser simples, como pro exemplos na união de Mano e seus amigos que tentam combater preconceitos, discriminações e as demais mazelas que afetam á si e os seus amigos na tentativa de sanar esses conflitos através da formação de uma chapa no grêmio estudantil.
A diretora Lais se mostra muito corajosa ao abordar temas de alta complexidade como o da ética profissional e o “amor”, nas cenas de envolvimento amoroso entre o professor Artur(Caio Blat) e uma sagaz aluna, nessa situação as cenas foram mostradas de uma forma imparcial, pois deixou ao julgamento do expectador, apresentando os dois lados da moeda, ou seja, o da paixão de uma aluna por seu professor e o da família que considera o fato como sendo um desvio de conduta profissional.
A cenografia e fotografia não são as melhores que já vi, no entanto faz jus á proposta do filme, que é emocionar de uma forma displicente, deixando o filme com uma cara “alternativa” e de bom gosto, ao contrário dos dramas popularescos, no qual estamos acostumados ( me lembrou o filme JUNO, não que seja uma cópia). A trilha sonora realmente foi um grande acerto do filme, particularmente considero como o “soco no estômago” que espero de todos os filmes, a música central do filme é Something (The Beatles).
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