É dos poucos filmes que consigo tirar alguma coisa nova que me tinha passado despercebida das outras vezes que o tinha visto (desta vez foi, por exemplo, um gag com a personagem Adenoid Hynkel - uma das duas de Chaplin neste filme), que me levam a gostar cada vez mais do estilo cómico de Chaplin, com piadas, sim, algumas mais antigas e ultrapassadas, claro, mas se formos a ver bem, no meio desses gags mais obsoletos ele faz comédia com cada pormenor, com a situação mais miserável que exista, ao mesmo tempo que consegue fazer pensar o espetador.
O filme é uma sátira corajosa ao nazismo. Corajosa porque Chaplin fê-la em plena segunda guerra mundial, ainda os EUA estavam em paz com a Alemanha de Hitler. E além de Chaplin saber ridicularizar (e bem!) esse ditador e também Mussolini (no filme a sua personagem chama-se Benzino Napaloni), sabe fazer um filme excecional que só não ganhou nos Oscars por, de certeza, a Academia ter medo do que iria acontecer se tal se sucedesse.
«O grande ditador» gerou muita controvérsia na altura em que estreou. Estávamos num tempo em que os americanos tinham um grande medo de tudo o que fosse comunista. E este filme foi apelidado como tal, por uns, e inofensivo demais, para outros. Para mim, nem é uma coisa nem outra. Com o filme, Charlie Chaplin quis passar uma mensagem universal de esperança num tempo difícil para o Mundo, conseguindo tocar de uma forma tão brutal que ainda hoje várias partes deste filme (mais precisamente a final) são partilhadas e partilhadas por youtubes e facebooks e tudo o mais. Chaplin fez um filme imortal, Chaplin, como aconteceu com muitos dos seus filmes, conseguiu deixar uma marca muito importante na História do Cinema, com «O grande ditador». Uma marca que, felizmente, permanece até hoje
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário