Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge
Todo mundo sabe que este não é o fim do “Homem-Morcego”, mas o fim de uma Trilogia que tem tudo para tornar-se clássica.
Atualmente Hollywood raramente produz algo novo e original, os cinemas são infestados de remakes e sequências intermináveis, mas com a fama e prestígio alcançados por sua excelente e bem sucedida filmografia, Christopher Nolan fez sua trilogia ir além do sucesso comercial, com filmes dignos de prêmios, popularidade e bilheterias astronômicas.
Retornando após quatro anos e depois de sua magnífica obra-prima “A Origem”, Nolan não só dá continuidade a saga do Homem-Morcego, como conclui de forma digna e extraordinária sua trilogia.
Batman – A Queda do Morcego de Chuck Dixon e outros, O Cavaleiro das Trevas de Frank Miller e Batman – Terra de Ninguém de Bob Gale, foram adaptados para o excelente roteiro de David S. Goyer e dos irmãos Christopher & Jonathan Nolan, que souberam muito bem não só continuar a história, como destacar personagens e fatos dos dois longas anteriores de forma excepcional e empolgante.
Christian Bale (Bruce Wayne/Batman) volta mais emocional e melhor do que os longas anteriores, Michael Caine (Alfred) roubando suas cenas e mostrando seu imenso talento, merece no minímo ser indicado para Oscar por sua excelente e emocionante atuação.
Gary Oldman (Comissário Gordon) está perfeito e mais ativo, Morgan Freeman (Lucius Fox), Cillian Murphy (Dr. Jonathan Crane/Espantalho) e Liam Neeson (Ra’s Al Ghul) voltando a série e fechando o elenco já mostrado nos longas anteriores.
Estreantes na saga estão Tom Hardy (Bane), excelente ator britânico que desde sua aclamada atuação no filme “Bronson” (2008) do diretor Nicolas Winding Refn, não parou mais e com certeza vai dar muito que falar, mesmo mascarado sua atuação é notável e ameaçadora, somente superada pelo Coringa de Heath Ledger. Marion Cotillard (Miranda) alterna seus papéis entre produções americanas e francesas, com grande talento e versatilidade.
Joseph Gordon-Levitt (Blake) é um dos melhores atores de sua geração e cada vez mais vem ganhando seu merecido espaço, por isso não é de se espantar o destaque e a importância dada ao seu personagem, que vai bem além do que esperamos.
A Mulher-Gato de Michelle Pfeiffer é icônica e insuperável, mas mesmo assim Anne Hattaway (Selina) defendeu muito bem sua personagem e vem recebendo muitos elogios, incluindo uma possível indicação ao Oscar.
Novamente Nolan resgata um ator do ostracismo, desta vez foi Matthew Modine (Foley) longe de grandes filmes há muito tempo.
Desta vez Hans Zimmer sozinho, dando continuidade a excelente Trilha-Sonora dos filmes anteriores de forma extraordinária, por isso espero que desta vez seja pelo menos lembrado no Oscar, quem sabe até saindo vencedor depois de quase 20 anos de seu último prêmio.
Mais uma vez foi alcançada a excelência em Edição e Mixagem de Som, pelos técnicos Richard King, Randle Akerson, Michael Babcock, Mark Goodermote & Ed Novick, com grande impacto durante todo o filme.
Um dos maiores trabalhos deste capítulo final da trilogia, certamente foi do editor Lee Smith em editar quatro horas de material em pouco mais de 02h40 de projeção, pela excelência de seu árduo trabalho merece levar certa estatueta dourada para casa. Muito se falou acerca da longa duração, mas todos sabiam que nunca seria lançado em sua totalidade, mas bem que podiam lançar o filme em duas partes, nós como fãs com certeza voltaríamos em massa aos cinemas.
Premiado com Oscar pelo genial “A Origem”, o diretor de fotografia Wally Pfister pode muito bem repetir o feito pelo seu extraordinário trabalho neste filme.
Os figurinos de Lindy Hemming são notáveis, principalmente nos trajes de Bale, Hattaway e Hardy com sua máscara. Outro destaque foi o trabalho dos maquiadores Audrey Doyle, Doug Fairall & Connor O’Sullivan, principalmente no personagem Bane.
Com grande impacto os efeitos visuais são de um realismo absurdo em várias cenas, principalmente na primeira com Bane, certamente o técnico Chris Corbould e sua equipe serão lembrados pelo excelente trabalho.
Infelizmente logo nos primeiros dias de sua estreia o longa ficou marcado pelo massacre cometido em um cinema lotado de fãs em uma cidade norte-americana.
Devido a essa fatalidade, alguns acham que o filme vai sair prejudicado em relação ao Oscar, sendo um absurdo um fato cometido por um louco, atrapalhar o julgamento dos membros de uma premiação como o Oscar, espero que foquem suas qualidades artísticas e não esse fato isolado.
Atualmente em cartaz, o filme que estreou não faz nem 2 meses e custou 250 milhões de dólares, está arrebentando nas bilheterias com mais de 1 bilhão de dólares, já tendo ultrapassado seu antecessor e neste momento ocupando a 12ª posição das maiores bilheterias de todos os tempos.
Um final quase perfeito e digno de um grande diretor como Nolan, que fez de sua trilogia não só um marco na Saga cinematográfica do Homem-Morcego, como mostrou como revitalizar um personagem já visto anteriormente.
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário