A “Árvore da Vida” ou “Os Dinossauros, a Efemeridade da Vida e o Complexo de Édipo” é desses filmes que precisam causar ressonância. Ou causa, ou não causa. Em mim causou e tive, ao mesmo tempo, uma experiência visual de rara beleza e uma experiência emocional de alta carga dramática e potencial reflexivo. Uma vez que conseguimos vibrar na mesma frequência do filme, pode se originar uma segunda oportunidade de criação, na qual o espectador participa e faz uma outra Árvore da Vida dentro de si. Minha cocriação com Terrence Mallick (o diretor) passa pelo choque de ser confrontado com dinossauros (sim, dinossauros) em meio a um filme que se propõe a ser um olhar atencioso e sensível sobre as relações familiares. Há até uma participação especial do monstro do lago Ness! Conduzidos por uma trilha sonora adequada e por lindas imagens nos damos conta da metáfora da passagem do tempo e da consequente insignificância de nossa existência em meio a um universo que é tão maior do que conseguimos descrever. Talvez Malick tente fazê-lo em imagens. Aí entendo a relevância que o personagem Mrs. O'Brien ganha, já que é ela que vai nos conduzir delicadamente pelas relações nem sempre delicadas da intimidade dessa família do Texas. Aparece então o quase onipresente e quase sempre apropriado Complexo de Édipo, atribuindo um outro caráter às relações e à abordagem sobre a família, tornando o filme, assim, mais cruel e sincero, mas ao mesmo tempo mais bonito. Acho que é possível que vejam apologia à religião no filme, mas isso já é uma outra possibilidade de vibração.
Críticas
9,0
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