Sexta feira com chuva pede um cinema, pipoca e uma boa compania. Na entrada do cinema, eu e minha amiga estávamos escolhendo o filme que assistiríamos, como o convite partiu de minha pessoa e como o bom cavalheiro que sou, pedi a minha amiga que escolhesse o filme, afinal de contas a boa compania era o que mais importava naquele momento e ela decidiu que veríamos Os Descendentes, um filme no qual queria muito ver, pelas críticas em torno do desempenho de George Clooney e sua indicação ao Oscar.
A história de Os Descentedentes é sobre Matt King (George Clooney) que é um marido distante e pai ausente de duas meninas. Quando sua esposa sofre um acidente de barco e fica em coma, Matt é obrigado a se aproximar das filhas e tomar as rédeas da família. E é assim também que ele descobre a infidelidade da esposa. No meio dessas mudanças, ele aprende a ser o homem de família e a dar novo rumo à sua vida. O filme de Alexander Payne (Vencedor do Oscar por sideways e indicado por Election) é indicado a 5 Oscars (Filme, Direção, Roteiro Adaptado, Ator (George Clooney) e Montagem). O filme se auto denomina como comédia dramática ou Dramédia como alguns críticos costumam dizer. Na verdade de comédia não vemos nada (algumas tiradas básicas e só), o filme é muito sério e interessante pelos casos familiares em que o personagem de Clooney está cercado.
Muitos críticos o descreveram como o melhor desempenho da carreira de Clooney, eu discordo completamente, pois já vi personagens muito mais interessantes na carreira dele, como Bob Barnes em Syriana (o que lhe rendeu o Oscar de melhor ator coadjuvante em 2006) e Ryan Bingham em Amor sem Escalas (o que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de melhor ator em 2010). Mesmo tendo ganho o Globo de Ouro deste ano pela sua atuação, o personagem exigia uma carga de dramaticidade maior e Clooney não teve como segurar a peteca até o final. Após assistir ao filme na presença de uma bela compania (diga se de passagem) entramos em debate na caracterização da dramaticidade do personagem de Clooney. Minha certeza é uma só: a indicação ao Oscar já um prêmio para ele (que também está indicado como melhor roteiro adaptado pelo filme Tudo pelo Poder). A injustiça ficou por conta de Shailene Woodley, que interpreta Alexandra King, filha de Clooney no filme. Shailene demonstrou uma personalidade forte na personagem e interagiu muito bem com Clooney em várias cenas (Ponto positivo para a direção de Payne) e se continuar nessa trilha, terá um futuro brilhante como atriz. Ela foi indicada ao Globo de Ouro na categoria melhor atriz coadjuvante pelo papel e em vários outros prêmios nos EUA, tendo inclusive ganho alguns como o Central Ohio Film Critics Associations, Dallas Fort Worth Films Critics Association Awards, National Board of Review entre outros, mostrando o talento que essa menina tem e não fugiu do que a personagem lhe exigiu.
A fotografia do filme também merece destaque e que ficou a encargo de Phedon Papamichael (na verdade nunca tinha ouvido falar dele e não conheço seus trabalhos), mas a verdade é que a fotografia do filme ficou muito legal.
Alexander Payne é um bom diretor e isso não podemos negar, mas Os Descendentes por ser um filme sério e exigir uma carga de dramaticidade maior, ele pecou em alguns pontos, principalmente nas cenas em que Clonney se confrontava com algumas situações familiares, mas a cena de Clooney correndo pelas ruas, desesperado após receber uma notícia que mudaria seus planos, merece destaque e elogios, pois foi muito bem feita e dirigida. Na verdade é a melhor cena de Clooney no filme todo. Alguns sites dizem que por aí que por esta cena, George Clooney foi indicado ao Oscar. Uma cena em que ele não abre a boca.
No resumo, Os Descendentes é um bom filme dramático (nada de esperar por uma comédia dramática), com uma boa história e destaque para a Shailene Woodley.
"cinema é vida e a vida é uma arte"
Esta análise se encontra no site www.todospod.com.br
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