O vencedor é um filme centrado na família, ou melhor, em até que ponto ela pode interferir na nossa vida. Micky Ward (Mark Wahlberg) tem o talento, mas com apenas isso não consegue se tornar um boxeador de sucesso, porque como em qualquer esporte, o boxe depende dos contatos e acordos realizados fora do ringue. O filme trata de vencer não os adversários, mas a si mesmo combatendo os vícios, egoísmos e individualismos inerentes ao comportamento humano. Apenas quando a força de Micky encontra a experiência de seu irmão Dicky (Christian Bale) e o apoio da mãe no papel de empresária, o trio consegue resultados.
Interessante notar no filme as diferenças econômicas entre os Estados Unidos e o Brasil. Micky trabalha como asfaltador de ruas, mas é suficiente para pagar o aluguel de um apartamento modesto, possui carro e pode levar a namorada para jantar e ao cinema. Além disso, o bairro pobre onde mora é bem diferente de uma favela brasileira. Até os usuários de crack parceiros de vício de Dicky parecem uma animada turma de doidos.
Em resumo, o filme é ótimo. Personagens carismáticos, lutas emocionantes e trilha sonora rock n' roll com Whitesnake, Led Zeppelin e Aerosmith proporcionam um entretenimento agradável. E impossível não destacar a atuação de Christian Bale. O ator conseguiu se reinventar desmistificando suas atuações de heroi de filmes de ação. E como se trata de uma obra baseada em história real, os verdadeiros Dicky e Micky aparecem durante os créditos finais do filme. Notamos então o quanto eles são parecidos (não fisicamente) com os Dicky e Micky do filme. Ou será que eu quis dizer o contrário?
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