Quando um filme se propõe a dar destaque a uma dupla, para mim, é primordial que haja uma química entre eles. Mais importante que a trama em si. Até para ficar memorável. Exemplo disso seria com o filme ‘Lethal Weapon’, onde só com a menção do título me vem à mente os dois atores: Mel Gibson e Danny Glover. E não foi o que aconteceu com ‘Os Outros Caras‘. Pois nele tivemos dois solos onde não deveria ter. Houve um solo maior que a mim pareceu que fora involuntário. O lance é que Will Ferrell (Gamble) levou o filme quase todo nas costas. Pois não houve uma afinidade com Mark Wahlberg (Hoitz).
Outro ponto que eu não gostei foi com explicações demais. Uma narração em Off até traz um certo charme ao filme. Mas desde que não detalhem tanto. Deveriam deixar que aquele que vê o filme tire as suas próprias conclusões. Afinal, piada não se explica!
Ainda há dois outros pontos pesando contra, mas falo deles mais adiante. Agora, entrando na estória do filme. De quem seriam esses outros caras.
Mas para entender um pouco de como eles entrariam em cena, deixando de serem os outros, se faz necessário contar quem seriam aqueles que eles tomariam o lugar. Para isso, uma fala já faria um raio-x completo. Algo mais ou menos assim:
“O que justificaria milhões em prejuízos numa perseguição de uma apreensão com algumas gramas de maconha?“
Pois é! Os policiais que amam armar um circo como esse ai são os Tiras do momento. São eles: Highsmith (Samuel L. Jackson) e Danson (Dwayne Johnson). E até que com essa dupla houve química. Agora, não gostei de como saíram de cena. Foi algo surreal demais. Que ficou sem graça. Poderiam ter um final à altura do espetáculo que tanto amavam, ou algo do tipo pastelão. Por mais sátira a filmes de Tiras, fazer o que fizeram seria o mesmo que dizer que não tinham cérebros. Enfim…
Com isso, temos os outros: aqueles que ficam nos bastidores, ou melhor, os que fazem o trabalho burocrático da Polícia. Até os que encontrariam desculpas que justificassem os prejuízos dos que saem em campo. Para lá vão os que cumprem alguma punição – que é o caso do Hoitz -, como também aquele que gosta da investigação sem ação, pesquisando no Sistema – que é o que Gamble prefere fazer. A comandar todos, até os policiais que vão nas capturas, há Capitão Gene. Personagem de Michael Keaton. Um personagem que poderia ter rendido muito mais. Pena!
Hoitz queria os holofotes da mídia, mas mostrando que era um bom policial. Mais! Para que esquecessem de vez o grande fora que dera. Como para descontar toda a sua raiva, ele desconta em Gamble. Que para todos: é um nerd para saco de pancadas. Acontece que Gamble era um nerd sim, mas com algo a esconder. Assim, via também nesse trabalho burocrático, uma auto punição.
O filme é uma comédia que em vez de pastelão beira ao escatológico. A cara que Wahlberg faz ao ver que as gatas amam Gamble, é onde seu solo voa mais alto. Clichê ou não, é hilário. Ferrell está ótimo em todas as cenas. Que me levou a querer só elas. Até entendo que teriam que mostrar também um pouco da vida, do drama do Hoitz, mas ficaram enfadonhas. Ah! As louras terão um momento de revanche com a personagem da Eva Mendes, que no caso é morena. Enfim, é um bom sessão pipoca. Mas esperem passar na tv.
Por: Valéria Miguez (LELLA).
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