Filmes de terror não são aqueles que nos fazem tomar sustos ou causam uma determinada aflição. Pra mim o verdadeiro terror é aquele que alcança mais do que uma simples resposta do seu emocional, ele consegue mexer com a sua cabeça levando você a uma reflexão do que realmente é apavorante e gera em você um sentimento de pavor que está além de um simples susto ou uma repudia de ver cabeças e outros membros serem espalhados por ai.

Em “O Exorcista” o diretor William Friedkin consegue o que muito poucos cineastas conseguiram no decorrer da história. Fazer um filme em que suas melhores cenas são aquelas em que você sente medo exatamente por manter um olhar fixo para a tela e notar coisas que nem estão em primeiro plano como, por exemplo, na cena em que objetos são jogados de um lado para o outro na cozinha e com o piscar das luzes é perceptível a imagem de um “demônio” no canto da tela. O filme também nos deixa questionamentos que não precisam de uma resposta em seu roteiro, pois são questões a serem respondidas em nossa própria cabeça. Ninguém pode afirmar que o desfecho do padre Merrin na trama está ligado diretamente a Regan.

Não posso falar deste filme sem citar a atuação de Linda Blair (indicada ao Oscar pelo papel) que aos seus 14 anos (idade em que eu tomei coragem para assistir o filme pela primeira vez) conseguiu desenvolver um personagem com rara felicidade e talento que jamais será esquecido para aqueles que amam cinema principalmente os filmes de terror.

O filme é tão original que mesmo tanto anos depois de seu lançamento, ainda desperta curiosidades e chama a atenção daqueles que o assistem pela primeira vez, o que não deixa o filme ficar ultrapassado ou sem graça, muito pelo contrário, é como se ele se renovasse sempre que é visto, arriscaria dizer que talvez algo de sobrenatural realmente estivesse por de trás deste filme, mas fantasias a parte o fato é que “O Exorcista” é um filme que dificilmente vai ser esquecido.

A maneira como os personagens são desenvolvidos e a trama envolvente com um suspense e terror que só aumenta durante o filme são ingredientes que enriquecem a grandeza desta obra, que sem duvida nenhuma é a maior do gênero, primordial para todos que desejam entender um pouco mais sobre o que é um verdadeiro filme de terror.