Christopher Nolan, atualmente, é “O Cara” em Hollywood. O diretor, responsável pela revitalização do Batman nos cinemas, emplaca um sucesso atrás do outro. Seu último filme, A Origem (leia a crítica aqui), foi a quarta maior bilheteria do ano (faturou aproximadamente 825,4 milhões de dólares). Isso sem falar que é tido como nome certo entre os futuros indicados ao Oscar.
Em 2006, entre os dois filmes do Homem-Morcego, Nolan lançou O Grande Truque, que pode não ser Cult como Amnésia (2000) nem um autêntico blockbuster como Batman - O Cavaleiro das Trevas (2008), mas é um de seus melhores filmes.
A história, passada na Londres do final do século XIX e início do século XX, conta a história de dois mágicos, Alfred Borden (Christian Bale, o Batman) e Robert Angier (Hugh Jackman, o Wolverine). Os dois ilusionistas, inicialmente amigos, desenvolvem entre si uma rivalidade exacerbada, que os leva a uma obsessiva e inacabável disputa para ver quem é o melhor.
No elenco, além de Bale e Jackman, estão Michael Caine (que viria a se tornar figura freqüente nos filmes do diretor), Rebecca Hall e Scarlett Johansson (dupla de Vicky Cristina Barcelona) - esta última em um papel pequeno e desinteressante. O camaleônico David Bowie e o "Gollum" Andy Serkis fazem uma pequena, mas importante, participação, como o cientista Nikola Tesla e seu empregado Alley, respectivamente. Tesla, para os menos entendidos, de fato existiu e foi um importante cientista do campo da eletricidade.
O roteiro dos irmãos Nolan, baseado no romance de Christopher Priest, apresenta uma história não-linear, com diferentes linhas narrativas que se cruzam e que, de hora em hora, mudam a nossa opinião a respeito de quem é o vilão e quem é o mocinho da história.
Se em A Origem temos sonhos dentro de sonhos, aqui o texto traz narrativas dentro de narrativas. São três no total, uma nascendo de dentro da outra e alternando-se para contar a história. Escrito parece complicado, mas, na tela, não é. "Culpa” da coesão do texto dos irmãos que, aliado a uma excelente montagem, não deixa o público se perder, construindo uma narrativa de fácil compreensão, apesar da sua estrutura complexa – virtude essa não presente em A Origem.
No início do filme, aprendemos que um truque de mágica é composto por três momentos distintos. A Promessa, na qual o mágico apresenta um objeto comum à platéia. A Virada, onde algo de extraordinário é feito sobre o objeto antes comum e, por fim, o Grande Truque, que é o momento principal da mágica, no qual ela encontra o seu desfecho, levando a platéia ao delírio.
O Grande Truque é como uma dessas mágicas, e Nolan, o mágico em questão, executa cada passo de forma tão envolvente e hábil que é preciso um final típico de Hollywood (daqueles explicadinhos) para que entendamos a sua grandiosidade.
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