Quando teve seu painel apresentado na principal sala do primeiro dia da Comic-Com 2010, conhecida como a maior feira nerd do ocidente, Scott Pilgrim Conta o Mundo (adaptação para o cinema da HQ de Bryan Lee O'Malley) empolgou todos os presentes, causando grande expectativa em relação à sua estréia.
No entanto, quando finalmente estreou, o filme que parecia um sucesso certo, foi um fracasso de público, não conseguindo nem mesmo pagar o seu custo. Uma pena, pois o filme do diretor Edgar Wright (o mesmo de Todo Mundo Quase Morto, 2004), além de extremamente divertido, apresenta uma maneira nova de adaptar para as telas os quadrinhos e os games.
Na história, Scott Pilgrim (Michael Cera, que mais uma vez interpreta a si mesmo, coisa que ninguém pode fazer melhor) é um roqueiro “pós-adolescente” de Toronto que se apaixona pela estadunidense Ramona Flowers ( Mary Elizabeth Winstead, de À Prova de Morte), mas, para que possa ficar com a garota de cabelos coloridos, Pilgrim terá de enfrentar seus Sete Maléficos Ex-Namorados, que são vividos por atores dentre os quais estão Jason Schwartzman (Três é Demais), Chris Evans (Quarteto Fantástico) e o ex-superman Brandon Routh.
O ritmo que Writght emprega ao filme é frenético. A edição é surtada: os diálogos, às vezes, começam antes mesmo da cena da qual fazem parte chegar – como na conversa entre Scott e sua namorada teenager (vivida por Ellen Wong) na loja de discos. A tela está sempre lotada de informações, sejam elas placas com características dos personagens ou onomatopéias, no caso de alguém bater na porta ou o telefone tocar.
Writght domina muito bem a linguagem pop que se propõe a usar e a eleva à potência máxima – sendo justamente essa característica um dos principais fatores que levaram Scott Pilgrim Contra o Mundo fracassar nas bilheterias.
Afinal, agradar às pessoas da Comic-Com com um filme nesses moldes é compreensível, levando em consideração que a maioria ali está familiarizada com todos os elementos loucamente maximizados por Wright, mas querer que o grande público compre a idéia de batalhas épicas envolvendo super-poderes e personagens com mais de uma “vida” é forçar a barra demais – apesar de eu adorar tudo isso no filme.
Scott Pillgrim é um filme corajoso, que inova ao criar uma estética visual, por incrível que pareça, nunca antes utilizada em adaptações de quadrinhos ou videogames. É um filme que funciona apenas para um grupo específico de pessoas, mas que faz isso de maneira grandiosa.
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