Um dos melhores filmes que já vi! É assim que começo este comentário do filme "Uma Mente Brilhante", que assisti recentemente. O longa estrelado por Russell Crowe é mágico, é daqueles que te paralisa diante da tela, que te faz sentir os mais diversos sentimentos durante sua projeção. O público interage facilmente com a trama e seus personagens, a maioria dotada de personalidades interessantes e cativantes. Climas de tensão, suspense, emoção e drama tomam conta do filme, deixando-o super agradavel e fascinante de se acompanhar. As interpretações magníficas, a primorosa equipe técnica, que constrói mais de 2 horas de filme de pura emoção, com um ótimo som, trilhas encantadoras, uma edição final fantástica, uma fotografia maravilhosa, além de uma direção firme de Ron Howard, transformam este exemplar em um grandioso filme, que por méritos, levou o Oscar de Melhor Filme em 2001.
Após interpretar o personagem Maximus, em "Gladiador" no ano anterior, Russell Crowe entra de cabeça neste projeto de Howard, na construção biográfica de Jhon Nash, um matemático que revolucionou as teorias econômicas com muito esforço e bastante dedicação, onde estudou firme na busca de encontrar uma idéia que revolucionasse a teoria econômica moderna. É fantástico ver Crowe, apenas 1 ano após viver o gladiador nos cinemas, se transformar literalmente no gênio Nash. O ator se superou, vivendo um personagem cativante e encantador, que com pequenos detalhes constrói um personagem maravilhoso e complexo.
O filme começa com uma narrativa devagar, contando a história de Nash desde a faculdade, com a passagem dos anos, ao longo do filme, sendo realizada de forma eficiente pela equipe de efeitos visuais, quanto também pelo ótimo trabalho de maquiagem, operando um excelente trabalho junto aos atores. O filme não é apenas de Crowe, como pode parecer, mas sim de muitos outros personagens secundários, que conferem sustentabilidade à trama e o desenvolvimento do protagonista. A sua esposa, o doutor da clínica psquiátrica, os 'amigos' de Nash, todos se conectam eficientemente ao personagem de Crowe, deixando a narrativa mais interessante ainda.
Crowe constrói tão bem seu personagem que, rapidamente o público se pega torcendo por ele, logo de cara. Seus gestos, tiques, os olhares lançados para outros personagens, os mínimos detalhes fazem a total diferença neste longa, deixando Nash completamente humanizado e de incrível aceitação por parte do público. Sua tímidez, alternada por sua genialidade, confere um contraste delicado, mas que deixa sua interpretação ainda mais legal de se acompanhar. Quando o personagem se envolve em uma conspiração, a trama começa a pegar fogo e o que era interessante, se torna irresistível!
A interpretação de Ed Harris deixa a projeção mais interessante ainda, e sua presença traz bastante movimentação à trama. O ator vive Parcher, onde sua participação é sinônimo de tensão a todo momento, principalmente ao protagonista. Mesmo com poucos desafios dentro da trama, Harris é criativo e vive maravilhosamente o 'Big Brother' misterioso. Outro que merece destaque, mesmo com a pouca exigência em seu papel, é Christopher Plummer, vivendo Dr. Rosen. Além de representar 'segurança' dentro de uma trama já abalada pela descoberta da doença do protagonista, é um personagem muito bem construído.
Outro grande destaque é a atriz Jennifer Connelly, interpretando Alicia, esposa de Nash. Sua presença é essencial para o controle de seu esposo, e é, após Nash, o personagem mais carismático da trama. Connelly desenvolve uma personagem centrada, decidida, forte e determinada. A sua construção é feita aos poucos, e a forma como relaciona com o esposo doente é fantástica. Demonstra total controle sob sua personagem, além de transmitir com eficiência todas as suas emoções para o telespectador. Torna-se ao longo da projeção a grande motivação para o protagonista seguir em frente, e isto não daria certo, em comover e captar a atenção do público, se a atriz não realizasse um trabalho maravilhoso.
Mesmo com um rápido desenvolvimento no inicio do relacionamento de Nash e Alicia, o roteiro consegue superar as pequenas falhas e da prosseguimento ao relacionamento de ambos de forma lenta e detalhada, com pequenos gestos e olhares decisivos fazendo grande diferença. Quando Alicia desabafa para um amigo a sua atual situação com o marido, podemos compreender a profunda tristeza que sua personagem carrega, bem como sentimento de culpa em desejar ir embora com o filho. O clímax de sua frustração ocorre na cena em que grita desesperadamente em seu banheiro. É verdadeiro e emocionante, e o público logo capta todas as emoções.
Confesso que fiquei imensamente surpreso com a reviravolta que acontece na trama, após a projeção vencer mais de 1 hora. O público é pego de surpresa, e os rumos da história de Nash mudam completamente. O foco, o clima, a narrativa, tudo muda drasticamente, de uma hora para outra, tudo de forma brilhante e inesperada. A forma como Howard conduziu seus personagens, após a reviravolta, é eficiente e de tirar o fôlego do telespectador. A descoberta da doença de Nash e seu desenvolvimento é maravilhosamente bem conduzidos. Crowe dá show de interpretação, mesmo que exagerando um pouco seu personagem.
O desfecho do filme é emocionante e esteticamente muito bonito, finalizando a projeção com estilo e charme. Mesmo sendo um pouco arrastada e contendo algumas gorduras desnecessárias, ainda é satisfatório o resultado final, e sua mensagem ainda prevalece na mente do telespectador. A fotografia é soberba e encanta por sua leveza e tons pesados, em momentos de tensão. Confesso que me lembrei de "O Poderoso Chefão" na perseguição de automóveis no longa, tendo em vista uma trilha parecida que dá vida ao clima tenso em determinados momentos do filme.
"Uma Mente Brilhante" levou o prêmio de 'Melhor Filme' de 2001 com bastante méritos. Suas interpretações estão em grande nível, a trilha sonora é um deleite, uma fotografia encantadora, maquiagem e efeitos visuais trabalhando juntos, um roteiro bastante interessante e envolvente, além de um diretor criativo e decisivo. Seus pontos positivos se sobressaem e sua magnífica história fica registrada em nossa lembrança de forma inesquecível.
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário