Se de um lado temos os fãs (garotas, em sua maioria) – que amam e são capazes de morrer por tudo o que estiver relacionado ao universo de Crepúsculo –, temos, do outro, aqueles grandes intelectuais – que odeiam os livros, os filmes, os atores, a autora e tudo que tenha a ver com os vampiros que brilham ao sol.
Dos dois grupos, lamento mais pelo segundo, já que seus membros perdem tempo condenando a série com uma implicância boba e, talvez, mais infantil que as fãs de 12 anos que sonham com um vampiro purpurinado. O fato, no entanto, é que o primeiro filme da série rendeu muito, até mais que o esperado, e a sua continuação, Lua Nova, vem com orçamento e expectativas muito maiores.
E é por causa desse aumento no orçamento que o filme ganha um novo diretor, Chris Weitz (Um Grande Garoto, Bússola de Ouro), alguns atores conhecidos e aspectos técnicos mais caprichados.
Todos já devem conhecer a história do segundo filme, mas vamos lá: É aniversário de Bella (Kristen Stewart) e após um pequeno acidente, ela quase é atacada por um dos Cullen. Com medo do que pode acontecer com sua amada se eles ficarem juntos, Edward (Robert Pattinson) decide ir embora. Entra em cena Jacob (Taylor Lautner), que ajuda Bella a recuperar a vontade de viver.
A história do segundo filme é bem mais promissora que a do primeiro, pois desenvolve o triângulo amoroso insinuado antes e conta com novas criaturas sobrenaturais: os lobisomens. Mas o roteiro, novamente escrito por Melissa Rosenberg, erra bastante, tirando todo o caráter promissor da história.
Os livros nos quais se baseiam os filmes têm um ritmo muito lento, são arrastados até perto do fim, quando mudam completamente de ritmo e passam a ser frenéticos. É no momento “arrastado” que a autora desenvolve a relação entre os muito personagens, deixando a ação para o final.
No roteiro de Rosenberg, esse momento arrastado se alonga mais do que deveria e, ainda assim, não consegue desenvolver bem relação entre os personagens. Além disso, o final – que seria a possível salvação – é atropelado, não tem nenhuma tensão ou emoção.
Com o aumento no orçamento, o filme perdeu sua cara de “feito para a televisão”, que tanto incomodava no primeiro longa. Mas os efeitos especiais continuam ruins – alguns momentos, como a luta final contra os Volturi (os grandes vilões do filme e da saga), são constrangedores. Isso sem citar os lobisomens, que, além de mau feitos, se parecem com bichinhos de pelúcia.
A surpresa, no que diz respeito ao elenco, é Taylor Lautner. O ator esbanja carisma e deixa Robert Pattinson mais apagado do que ele normalmente já é. Kristen Stewart mantém-se bem como Bella, confirmando o talento que demonstrou em outros filmes (como o pouco conhecido Eu e as Mulheres). As principais novas aquisições do elenco – Dakota Fanning e Martin Sheen – têm papéis bem pequenos, que só ganharão maior destaque nos filmes que estão por vim.
Concluindo, Lua Nova é um filme cheio de defeitos, mas que, ainda assim, consegue ser superior ao seu antecessor. O ritmo lento e o formato novelesco incomodam, mas nada que torne o filme tão insuportável como alguns dizem por aí. Enfim, um bom passatempo.
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