- Ai meu Deus, ai meu Deus! Claustrofobia e um cadáver: é o cúmulo de um neurótico.
Um grande filme que Allen nos presenteia misturando durante o percorrer do mesmo suspense e comédia. Com um marcante personagem, Woody Allen interpreta o neurótico, irônico e bastante medroso Larry Lipton. Concomitante, vemos a Carol Lipton estar entediada com seu casamento e criar fortes suspeitas que seu vizinho seja um assassino. Sua genialidade tão famosa em filmes anteriormente (e posteriormente também) gravados segue nitidamente quando o mesmo junta sua arte cômica com a dramática em seus diálogos pra lá de originais e “prendedores de atenção”.
Como não elogiar seu ataque nervoso no elevador, cena que conseguiu me tirar verdadeiras gargalhadas. Contudo, há muito mais que humor nesse filme: personagens fortes, fantásticas mudanças repentinas, diversas situações inusitadas e uma construção sublime dos cenários. Na parte técnica temos novamente uma fotografia belíssima e pode ser observado sua habilidade em criar tensão através da utilização de câmeras de mão.
Além da sua originalidade, também faz suas homenagens aos grandes do cinema como Billy Wilder (fazendo uma analogia ao Pacto de Sangue) e sua trama seguir com pessoas comuns, característica de Alfred Hitchcock. Utilizando-se do aprendizado de Hitchcock, Allen trabalha com a vida cotidiana nesse filme dando charme a sua obra como se tais situações fossem as mais comuns possíveis (isto fora melhor trabalhado em Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, mas não desmerecendo este seu trabalho).
No mais, Um Misterioso Assassinato em Manhattan é um grande e divertido filme como pouco se vê atualmente, regado da mais bela experiência e habilidade de Allen, é um dos seus filmes mais importantes, pois este deu início ao suspense que até então o diretor não havia trabalhado em sua filmografia. E que grande inovação! Que mais filmes inteligentes venham voltados para o entretenimento.
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