Um filme maravilhosamente perturbador. A união de uma fotografia perfeita com a fantástica estética e interpretações das atrizes. A interpretação de Harriet Andersson e tão impressionante que acredita-se que ela realmente estava doente e sentimos a agonia da Personagem Agnes.
Outro fator impressionante e a indagação do o porquê da quase ausência de música do filme. Eu interpretei esse fato como algo para aguçar o clima de solidão, desespero e dor, o silêncio fala muito neste filme através das expressões faciais e olhares dos personagens. Em algumas cenas dos filmes (cenas de close no rosto das atrizes, antes das fusões para as cenas de lembranças) ouvi-se surrurros.
Os longos close nos rostos dos personagens, a maneira como encaram a câmera, passam a sensação que estes interagem com quem esta assistindo ao filme, exemplo disso a cena em que o padre ora por Agnes já morta.
A cena que mais gostei é a que Agnes já morta diz a Anna para chamar Karin, e pedi que esta a reconforte em sua morte, que a aqueça, esta de maneira fria a rejeita. Então Agnes chama Maria, esta por sua vez mostra-lhe sua verdadeira face manipuladora, que sua doçura com a irmã morta é falsa, e na verdade se treme de medo e repulsa, Agnes a abraça e Maria foge do quarto em desespero, essa cena me lembrou pesadelos, em que se tenta abrir a porta, e chamar alguém e não conseguimos. Enfim apenas Anna acolhe Agnes. A cena de Anna reconfortando Agnes, lembra a Pietá, um símbolo de acolhida materna na morte, o que faz todo o sentido, pois Anna que perdeu sua filha prematuramente, passa a ver em Agnes seu motivo de vida, e sempre a acolhe de maneira amorosa.
E um filme que nos faz questionar sobre a vida, amor, família, religião, o viver a vida. Com certeza não e um filme para qualquer um.
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