Sombras de Goya mostra que até grandes diretores são capazes de erros infantis em meio a um número raso de boas reflexões. Forman evidentementeé um grande diretor, mas Sombras de Goya tem tudo de mais raso que um filme de época pode oferecer. É apressado, mal controlado e didático em excesso, além disso, o filme cai na infelicidade de aproveitar muito mau seus atores ruins e de dar papéis muito rasos a seus atores bons.
Exceto uma bela cena, de muito bela mensagem irônica - a cena em que ao lado de tropas francesas "trazendo" (empurrando) os ideais de liberdade da revolução francesa para uma Espanha até então presa nas garras da Inquisição, Forman joga imagens de como esses ideais foram colocados a força, justamente na hora em que o narrador fala "Liberdade, Igualdade e Fraternidade", vemos soldados franceses dilacerando corpos de espanhós. Ou seja, mudam-se apenas oa atores, a sociedade continua presa a um regime opressor. A Liberdade que trazem os franceses vem se firmar ante o fio da espada.
Goya, secundário, pouco mostra suas reais sombras. Péssimamente interpretado por Stellan Skarsgård, destrói o grande alicerce da trama. Skarsgård não tem a expresividade de Bardem, sendo que, às vezes, parece esse ser o principal. Bardem interpreta Irmão Lorenzo, personagem ambiguo e mau construído, de atitudes mau compreensíveis. Ao lado deles, a bela Natalie Portman, tentando crescer na carreira pós-Closer, vemos ela em um papel forte, mas mau aproveitado por Forman, que por sinal, não faz boas escolhas para o filme e para seus atores.
A história se passa em Espanha, em inícios do séc. XIX, a Inquisição pretende voltar ao radicalismo dantes, enquanto na França parece que a Revolução ganha força.Francisco Goya é reconhecido na corte do Rei Carlos IV. Inés, a jovem modelo e musa do pintor, é presa sob a falsa acusação de heresia. Seguindo essa trilha, a trama desenvolver-se-á através da vida de Inés - Natalie Portman, Goya e Lorenzo.
Artísticamente "Sombras de Goya" nem se compara ao primor de um Amadeus. Chegando a beirar o meu gosto, apenas a praxe de boas Trilhas sonoras, comum aos filmes de Forman, aqui se repete. Um roteiro bem mau escrito, com atuações que não cativam suficientemente aos que assistem, tudo caminha para uma infindo amadorismo. O salvo-conduto acaba sendo a experiência de Forman, que salva o filme da inutilidade graças a uma poucos cenas bem feitas.
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