Montanha dos Sete Abutres, A
Apesar de ter sido feito em 1951, “A Montanha dos Sete Abutres”, dirigido por Billy Wilder, (realizador de filmes como “O Crepúsculo dos Deuses” e “Quanto Mais Quente Melhor”) coloca em cena alguns dilemas contemporâneos do jornalismo.
Charles “Chuck” Tatum, interpretado por Kirk Douglas (de “Spartacus”), é um jornalista experiente que chega a um pequeno jornal do Novo México disposto a fazer de tudo para encontrar uma notícia boa o suficiente para colocá-lo novamente entre os grandes profissionais. Na redação, o ambiente o desagrada: eram profissionais em busca de fatos, enquanto Tatum desejava apenas atingir o público e ganhar dinheiro. A informação, para ele, era como uma mercadoria.
Pautado para uma reportagem sobre a caça de cobras, descobre por acaso uma situação inesperada: Leo Minosa, um dos moradores da cidade, está nas ruínas da “montanha dos sete abutres”. Tatum não perde tempo para transformar a situação em um espetáculo nas páginas do jornal onde trabalha. A partir daí, o local vira um ponto de atração entre as pessoas que estavam instigadas com aquele caso. No fim, o longa-metragem traz uma reflexão sobre até que ponto o jornalismo pode ser feito sendo valorizado como uma mercadoria.
O filme foi inspirado no caso real de Freddie Collins que, ao contrário de Leo Minosa, saiu com vida daquele incidente. Apesar de ter sido filmado em 1951, os problemas que “A montanha dos Sete Abutres” levanta ainda hoje se fazem presentes na sociedade. Em face disso, o diretor Costa-Gavras, em 1997, se inspirou no filme para realizar “O Quarto Poder”, com John Travolta e Dustin Hoffman, que enfoca os mesmos problemas.
O ponto-chave da obra de Billy Wilder é o fato de que esse sensacionalismo deve ser analisado para que não assuma as devidas proporções. Dessa forma, problematiza a difícil tarefa de fazer notícia em um mundo regido pelo dinheiro e pelo poder que ele pode oferecer.
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