Há filmes que nos conquistam de formas diferentes. Alguns pela profundidade psicológica, outros com recursos cinematográficos que nos encantam, outros com atuações dramáticas memoráveis, outros com um olhar artístico diferente de tudo o que vimos, e há outros, que de tão singelos e simples, nos tocam exatamente por isso e pela mensagem que querem passar. Este é o caso de Na Natureza Selvagem de Sean Penn, um filme, baseado em fatos reais, que conta a história de Christopher McCandless que se auto denomina Alexander Supertramp (Supervagabundo). Recém saído da universidade, Chris renega a fortuna da família, e suas próprias economias, certa de 24 mil dólares. Podemos ver em Chris uma pessoa que não se importa com coisas materiais, e sim com coisas que, segundo ele, verdadeiramente importam, como o amor, a fé, e principalmente, a verdade. É esse sonho que ele busca, da verdade e do primitivismo. Sonha em ir ao Alasca, e consegue. Percorre o território americano, vemos o Grand Canyon, lugares em que a natureza é a mãe de tudo e a razão de todas as coisas. Lugares belíssimos, inclusive no Alasca, onde ele é obrigado a viver das caçadas para sobreviver. Chris é fã de Thoreau, Tolstói e London, escritores que descontroem a sociedade em busca de algo maior. Assim é Chris que nos toca com seu sonho e sua viagem em busca do sonho. Além da fotografia se vê, como recurso cinematográfico, uma montagem fragmentada da história, com analepses e prolepses (indas e vindas). Fora isso.. não há nenhum contorno psicológico em torno da personagem ou da história. A trama baseia-se realmente na viagem dele em direção ao seu sonho. E só por isso nos toca, só por isso vale a pena, só por isso nos deixa com a sensação de que devemos deixar nossas casas e ir em busca de algo. Deixar nossos pequenos mundos criados por nós mesmos e percorrer as estradas em busca de algo que verdadeiramente importa. Para Chris era a natureza e o Alasca. Para você, o que é? Deve haver algo, é só se deixar guiar pela vontade de seu coração, assim você encontrará a verdadeira natureza selvagem dentro de si mesmo.
Críticas
8,0
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